Folha de S. Paulo


Moradores de Austin rejeitam regras mais brandas para o Uber

Jon Herskovitz/Reuters
Campaign signs concerning a municipal vote over fingerprint requirements for ride-hailing companies such as Uber and Lyft are seen along a roadway in Austin, Texas, May 6, 2016. REUTERS/Jon Herskovitz ORG XMIT: TOR461
Placas de campanha da votação sobre a proposta de regulação do Uber, chamada de Proposição 1

A cidade de Austin, capital do Texas, nos Estados Unidos, rejeitou aplicar um modelo de regulação para o Uber e o Lyft (que presta serviço similar) proposto pelas próprias companhias.

As duas empresas apresentaram uma proposição para substituir as regras que o governo local havia aprovado em dezembro por um regulamento mais brando.

A proposta foi submetida a voto popular no sábado (7) e rejeitada por 56% dos eleitores.

Pelas regras criadas em dezembro, os motoristas chamados por aplicativos para levar passageiros precisam passar por uma checagem de antecedentes criminais com base em impressões digitais, usar identificação nos carros e não podem embarcar e desembarcar passageiros em algumas vias da cidade.

As companhias pretendiam manter a avaliação dos motoristas sob seu controle, pois dizem que adotar uma checagem mais rígida tornará o serviço inviável financeiramente. Isso porque menos pessoas estariam dispostas a entrar para o serviço, especialmente os condutores que trabalham apenas algumas horas por dia.

As autoridades dizem que a medida dá mais segurança aos passageiros e que a norma atual impede que essas empresas criem as próprias regras às quais devem obedecer.

As duas companhias gastaram cerca de US$ 9 milhões na campanha antes da votação, que incluiu transporte grátis para ir até os locais de votação, anúncios na TV e mensagens de texto aos usuários.

Uber e Lyft disseram que deixarão de atuar em Austin a partir de segunda-feira.

"As empresas são bem-vindas a ficar e eu convido-as para negociar", disse o prefeito de Austin, Steve Adler.

É a primeira vez que as empresas de compartilhamento de carros perdem uma votação popular nos EUA. Em outras cidades, como Nova York e Seattle, a empresa conseguiu a aprovação de normas que iam ao encontro de seus interesses, usando estratégias como se posicionar como um serviço inovador que não pode se sujeitar a regras elaboradas antes de sua criação.

Em São Paulo, a Câmara Municipal barrou a votação de um projeto de regularização do Uber. O serviço funciona por autorização de uma liminar da Justiça.

O prefeito Fernando Haddad (PT) pretende fazer a regulamentação por decreto, com base em um modelo no qual as empresas terão de pagar à prefeitura entre R$ 0,10 e R$ 0,14 por quilômetro rodado, por meio de um sistema de compra eletrônica de créditos.


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