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Vendas de carros importados caem 45% até abril, diz associação

Levi Bianco/Brazil Photo Press/Folhapress
Vendas de carros importados caíram 44,6% de janeiro a abril deste ano
Vendas de carros importados caíram 44,6% de janeiro a abril deste ano

As vendas de carros importados caíram 44,6% de janeiro a abril deste ano. Foram licenciados 12,7 mil automóveis no período ante 22,9 mil unidades no primeiro quadrimestre de 2015. Os dados foram divulgados hoje pela Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores).

Em abril, as vendas caíram 45,8% no comparativo com o mesmo período do ano passado e 13,9% em relação a março. O presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, disse que as importadoras não devem vender muito acima das cotas estabelecidas pelo governo em 2011, com o Inovar Auto.

Ao todo, as empresas podem importar 35,7 mil unidades sem o acréscimo de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produto Industrializado). A previsão para este ano é de uma venda de 39 mil carros.

"O mercado está caindo e as empresas não devem vender mais que a sua cota. Estamos nos moldamos de acordo com a nova regra", disse Gandini.

Com essa nova cenário do mercado, segundo Gandini, neste ano devem ser fechadas cerca de 400 concessionárias na comparação com 2011, quando começou o sistema de cotas.

"Naquela época, tínhamos 848 revendas de nossos associados pelo Brasil e empregávamos 35 mil pessoas. Em 2016, devemos fechar com cerca de 450 casas e 13,5 mil empregados na rede. Esse é o nosso segmento agora", disse Gandini.

O dirigente disse que, quando o aumento do IPI para os importados foi instituído o dólar girava em torno de R$ 1,70 e, com a moeda americana nesse patamar, ainda era viável pagar mais para manter as vendas.

"Não podemos esperar até dezembro de 2017 o fim dos 30 pontos percentuais do IPI. Só conseguimos ultrapassar a cota com a cotação do dólar mais baixa. Agora, com o dólar em alta, não conseguimos sequer atingir o volume da cota estabelecida. Corremos sério risco de ver os nossos negócios à míngua, desestruturando por completo a operação de importação e, por consequência, a da rede de concessionárias", afirmou.

De acordo com dados da Abeifa, as associadas à entidade venderam 199 mil unidades com o recolhimento de impostos da ordem de R$ 6,5 bilhões em 2011, último ano sem o aumento do IPI para importados.

"Queremos que nos deixem trabalhar. Com essa estimativa de vendas em torno de 39 mil carros, vamos pagar R$ 2,1 bilhões em impostos. Não querem aumentar a arrecadação? Então, essa é uma boa forma. Sem os 30 p.p. de IPI o mercado pode voltar aos níveis aceitáveis", ressaltou Gandini.

O dirigente, no entanto, acredita que esse pleito ainda está longe de ser discutido pelo governo. "O Brasil está passando por uma situação atípica. Hoje, não temos com quem falar no governo. Está tudo muito incerto. Temos que esperar um pouco e colocar nossas reivindicações para este ou para o governo (Michel) Temer."


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