Folha de S. Paulo


André Esteves volta a trabalhar no BTG Pactual após prisão na Lava Jato

André Esteves voltou ao trabalho. Nesta quarta-feira (27), o BTG Pactual anunciou que o ex-presidente do banco volta a fazer parte do grupo de acionistas da instituição com um cargo de "aconselhamento".

A decisão foi tomada após a revogação da "reclusão domiciliar" de Esteves na segunda (25).

O banco informa que não haverá mudança na governança corporativa.

Persio Arida continuará como presidente do Conselho de Administração, Huw Jenkins como vice-presidente do Conselho de Administração, Claudio Galeazzi e Mark Maletz como conselheiros independentes, e Marcelo Kalim e Roberto Sallouti como co-presidentes.

Por enquanto, também não haverá mudança no controle do BTG. Esteves continuará fora da G7 holding, controladora do banco, até que se livre das acusações de participação nos esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato.

STF

Na segunda (25), uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki permitiu que Esteves voltasse a trabalhar no banco.

Segundo o advogado do banqueiro, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o ministro também revogou o "recolhimento domiciliar integral" (na prática, prisão domiciliar), e dispensou Esteves de se apresentar quinzenalmente à Justiça.

Foi mantida, contudo, a restrição para viagens ao exterior: se as jornadas passarem de sete dias, terão que ser avisadas à Justiça.

ENTENDA O CASO

O banqueiro foi preso em novembro de 2015, após ter seu nome envolvido em conversa do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) com o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso sob acusação de envolvimento em corrupção na estatal.

Na conversa gravada, o senador diz que Esteves teria aceitado pagar R$ 1,5 milhão ao advogado que defendia Cerveró, Edson Ribeiro, desde que o BTG não fosse envolvido na Lava Jato.

Esteves, que nega as acusações, foi solto em dezembro, quando passou a "recolhimento domiciliar". A Procuradoria-Geral da República apresentou ao STF denúncia contra Delcídio e Esteves, que são acusados, por exemplo, do crime de impedir a investigação de infrações penais (3 a 8 anos de prisão).

Teori levará a denúncia para a segunda turma do STF, responsável pelos casos da Lava Jato, que pode rejeitá-la ou acolhê-la -nesse segundo caso, a denúncia torna-se ação penal e os acusados passam a réus. Não há prazo definido para essas etapas.


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