Folha de S. Paulo


Empresários criam apps educativos inspirados nos filhos

Em busca de conteúdos apropriados para seus próprios filhos brincarem no celular e no tablet, empresários decidiram criar aplicativos educativos.

Chaps Melo criou o personagem Bita, um homem ruivo de forma redonda, para estampar a parede do quarto do filho.

Na Mr. Plot Produções, produtora de Recife da qual é sócio, decidiu transformá-lo em protagonista de livros eletrônicos, vídeos musicais e jogos. O passo seguinte foram aparições no YouTube, Netflix e Discovery Kids.

Danilo Verpa/Folhapress
Fabiany Lima ao lado das filhas gêmeas Lara e Lais, que inspiraram o Timokids
Fabiany Lima ao lado das filhas gêmeas Lara e Lais, que inspiraram o Timokids

"Vimos que construir conteúdo para crianças era uma grande oportunidade de negócio", afirma João Henrique Souza, sócio de Melo na produtora.

O retorno financeiro, contudo, veio quando o Bita virou marca licenciada em brinquedos, produtos escolares e artigos para festas de criança, além de marcar presença em shows e peças de teatro.

Melo, Souza e mais dois sócios investiram R$ 2 milhões na produtora, fundada em 2011. Neste ano, pela primeira vez, esperam ter lucro, que será reinvestido no negócio.

"Nossos aplicativos sempre ficaram entre os mais baixados. Mas o retorno financeiro era pequeno", diz Souza.

Para garantir a qualidade do conteúdo, a empresa contratou uma consultoria pedagógica e de psicologia infantil. "Nos comprometemos com um conteúdo seguro, bom para os nossos filhos e, claro, para todas as crianças", explica Souza.

Pedagogos fazem parte também da equipe da Timokids, aplicativo de livros e jogos para celulares e tablets.

A empresa foi fundada em 2014 por Fabiany Lima, 36, mãe de Lara e Lais, 6.

"Suprimos a vontade de entretenimento da criança e conseguimos, ao mesmo tempo, passar conhecimento", afirma Lima.

As histórias da Timokids abordam temas do dia a dia, como birras, medos e convívio entre irmãos, de forma lúdica. Parte do conteúdo pode ser acessado gratuitamente. Para baixar o material completo, é necessário pagar US$ 14,99 (R$ 52,64) por ano.

JUNTOS

No PlayKids, desenvolvido pela Movile, de Campinas, o próximo desafio é aumentar a interação entre pais e filhos no aplicativo de jogos.

Para isso, a empresa criou uma ferramenta que envia aos pais relatórios das atividades feitas pelas crianças, com explicações sobre quais aspectos do desenvolvimento cada uma delas ajuda e sugestões de atividades complementares que podem ser feitas entre pais e filhos.

O aplicativo é gratuito no primeiro mês. Há modelos de assinatura anual (R$ 119,99) ou semestral (R$ 74,99).

"Queremos que os pais também participem desse entretenimento", afirma Flavio Stecca, 36, presidente da PlayKids, inspirada nos pedidos de funcionários da produtora à espera de bebês.

"A demanda dos nossos profissionais foi o alerta de que o mercado de aplicativos para crianças era pouco saturado e tinha muito potencial", diz.


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