Folha de S. Paulo


Tombini vê inflação mais controlada, mas descarta redução da taxa de juros

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 09-12-2014, 11h00: O presidente do Banco Central Alexandre Tombini durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, sob a presidência do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência na Comissão Mista de Orçamento

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, listou razões para que a inflação fique mais controlada em 2016, mas descartou redução da taxa de juros.

"Após uma inflação elevada no mês de janeiro, causada principalmente pelo aumento significativo dos alimentos 'in natura' e de transporte, o mês de fevereiro representou o início do declínio da inflação acumulada em 12 meses", disse em encerramento do evento Macro Vision, organizado pelo banco Itaú em São Paulo.

Um dos fatores citados por Tombini foi a expectativa de maior convergência entre preços livres e administrados neste ano, após o ajuste dos preços controlados.

Em 2015, o governo liberou reajuste da gasolina e implantou as bandeiras tarifárias para compensar o uso das termelétricas, mais caras. Para este ano, Tombini espera comportamento "moderado" para os preços.

O presidente do Banco Central avaliou ainda que as condições econômicas atuais também ajudam no processo de desinflação. Com a crise econômica, o desemprego maior e a renda em queda diminuem a demanda.

O câmbio também deve contribuir para a "trajetória declinante" da inflação em 2016, porque a depreciação é menor e também porque há menor espaço para repassar o custo dos importados para os preços.

Apesar dos fatores listados para arrefecimento da inflação, Tombini refutou uma redução na taxa básica de juros da economia ao dizer que o cenário não "nos permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias". Ele citou que a taxa elevada recente e os mecanismos de indexação da economia dificultam o afrouxamento monetário.


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