A produção de veículos no Brasil continua em queda livre, de acordo com dados divulgados pela Anfavea (associação nacional das fabricantes de automóveis) nesta quarta-feira (6).
No primeiro trimestre deste ano, as montadoras instaladas aqui fabricaram 482,29 mil ante 667,57 mil unidades no mesmo período do ano passado, queda de 27,8%.
"Esse patamar de produção chegamos ao nível de 2003. Recuamos 14 anos e estamos mantendo um nível de emprego semelhante a 2010, cerca de 128,5 mil funcionários", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
No mês de março, o recuo foi de 23,7% no comparativo com a mesma base de 2015, 195,3 mil ante 255,9 mil. Já a produção total cresceu 42,6% no último mês na comparação com fevereiro.
Autoveículos no Brasil - Números do setor, em mil
Em relação às vendas, de janeiro a março deste ano as montadoras comercializaram 28,6% a menos que no mesmo período de 2015, 481,31 mil ante 674,38 mil veículos.
Os estoques permanecem elevados: há veículos suficientes para atender a 46 dias de vendas (ante 47 no dado anterior).
EMPREGOS
A baixa continua a afetar os empregos. A indústria automotiva ainda tem cerca de 39 mil funcionários com alguma restrição no contrato de trabalho, seja parada completados redução de carga horária.
O mês de março terminou com 128,5 mil funcionários empregados nas montadoras associadas à Anfavea, que representa queda de 8,8% na comparação com 2015.
No mês passado, os licenciamentos foram de 179,2 mil unidades queda de 23,6% no comparativo com março de 2014. Já em relação a fevereiro deste ano, os emplacamentos apresentaram alta de 22,1%. Naquele mês foram vendidos 146,8 mil unidades.
Mesmo com o dólar mais valorizado este ano, as exportações em valores apresentaram queda de 7,6% nos três primeiros meses de 2016, passando de US$ 2,43 bilhões para US$ 2,25 bilhões. No mês passado, a queda foi de 7,7% em relação a março de 2015, US$ 920 milhões para US$ 850 milhões.
FINANCIAMENTO
Do total das vendas, 51,4% foram feitas a prazo. É a menor participação percentual do financiamento em toda a série histórica no setor, que começa em 2002.
"Há uma queda no nível de confiança do consumidor somada ao grau elevado de seletividade dos bancos. A conjugação desses fatores estão determinando a queda nos financiamentos", disse o presidente da Anfavea.
O executivo deixa o cargo neste mês, sendo substituído por Antonio Megale, diretor de assuntos governamentais da Volkswagen.
