Folha de S. Paulo


Opções de investimento para os filhos vão além de poupança e previdência

Patricia Pereira/Folhapress
Opções de investimentos para as crianças podem ser as mesmas dos adultos, como CDBs e fundos

A dobradinha poupança e previdência é a mais oferecida pelos bancos aos pais que desejam guardar dinheiro para os pequenos, mas essa não é a única opção.

Com o CPF do filho em mãos, é possível ir muito além nos investimentos.

O documento permite abrir, no nome da criança, conta-corrente ou em corretora na maior parte das instituições financeiras. Cria-se assim um leque de opções equivalente às oferecidas a adultos: CDBs, fundos e títulos do tesouro, por exemplo.

Bradesco, Santander e Banco do Brasil cadastram crianças como clientes. O Itaú abre apenas poupança.

Ao final de 2015, o Bradesco tinha 520 mil Click Contas, modalidade criada para a faixa de zero a 18 anos, 125 mil a mais que em 2014, disse Antonio Gualberto Diniz, diretor de comercialização de produtos e serviços do banco.

No Banco do Brasil, o número de contas em nome de crianças cresce a taxa de 10% ao ano, segundo Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamentos do BB. O banco costuma oferecer as eletrônicas (sem taxa) para pais já correntistas.

Mas, para conseguir abrir a conta, é preciso e apostar no diálogo com o gerente.

A Folha foi a algumas agências bancárias em São Paulo. A opção de investir com o CPF em nome dos filhos só foi oferecida depois que gerentes foram questionados diretamente sobre a possibilidade. Antes, planos de previdência e caderneta de poupança foram os únicos produtos sugeridos.

Corretoras, de outro lado, são discretas, mas também cadastram crianças.

"Investir em nome do filho envolve um componente emocional. Quando está separado das demais aplicações, os pais tendem a não mexer", avalia Daniel Chiavenato Mazza, planejador financeiro certificado pelo IBCPF.

Um dos investimentos recomendados por Mazza é a compra de títulos públicos atrelados à inflação, o que é possível com conta em corretora. O papel recomendado é o Tesouro IPCA+, que remunera pela inflação mais uma taxa de juros e pode ter prazo de vencimento próximo ao objetivo. Se a reserva é para a faculdade, pense em comprar papéis com vencimento em 18 anos, por exemplo.

Para Rodrigo Puga, sócio da corretora modalmais, a diversificação é a melhor estratégia. Ele sugere papéis de renda fixa e também aplicações em ETF (fundos atrelados a índices acionários e negociados em Bolsa).
"Quando se fala em longo prazo, o importante é diversificar em renda fixa e variável e também em prazos, para revisar a estratégia", diz.

Já Liao Yu Chieh, professor de finanças dos cursos Certificates do Insper, avalia que pais devem escolher produtos com os quais estão mais familiarizados.

"Se a pessoa nunca aplicou em um produto que não seja poupança, é difícil que ela vá para um plano de previdência", diz Chieh.

AINDA A POUPANÇA

A caderneta segue muito recomendada pelos gerentes de bancos, mesmo com a rentabilidade abaixo da inflação. Eles defendem que a aplicação programada e o resgate antecipado são dois benefícios importantes.

No entanto, fundos podem ter aplicações programadas e remuneram mais. Um exemplo são os Fundos DI (com remuneração atrelada aos juros pagos entre os bancos).

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