Folha de S. Paulo


Dólar sobe com ação do BC e cenário externo; Bolsa opera em leve alta

Brendan Smialowski/AFP
Mercados aguardam discurso de Janet Yellen, presidente do Fed

Os mercados globais operam em tom de cautela, à espera do discurso da presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, no início da tarde desta terça-feira (29). Yellen poderá dar indicações sobre o rumo dos juros norte-americanos, depois de dois presidentes regionais do Fed terem sinalizado na semana passada que as taxas podem voltar a subir mais cedo que o esperado.

Diante disso, a maioria das Bolsas globais opera mais próxima à estabilidade, as commodities recuam e o dólar sobe ante as principais moedas de emergentes.

No cenário doméstico, a moeda americana avança ao patamar de R$ 3,66, influenciada também pela operação de swap cambial reverso (equivalente à compra futura de dólares) realizada nesta manhã pelo Banco Central. O Ibovespa mostra-se volátil; há pouco tinha leve alta.

Os investidores também seguem atentos ao cenário político. Às 15h, o PMDB realiza reunião na qual deverá confirmar a saída da base de sustentação do governo Dilma Rousseff. Com isso, muitos avaliam que aumenta bastante a chance de impeachment de Dilma.

A moeda americana à vista avançava há pouco 0,85%, a R$ 3,6670, e o dólar comercial ganhava 1,13%, a R$ 3,6680.

Foram aceitos 19.520 dos 20.000 contratos propostos no leilão de swap cambial reverso desta terça-feira. Ao mesmo tempo, não houve nesta sessão rolagem de swap cambial tradicional, que equivale à venda da moeda americana. "Desta forma, restam US$ 3,44 bilhões a rolar do total de contratos que vencem em 1º de abril, que somam US$ 10,1 bilhões", destaca a equipe de análise da Guide Investimentos.

"O patamar do dólar por volta de R$ 3,60 parece ser 'confortável' para o BC, ainda que este defenda o câmbio flutuante", acrescenta a Guide, em relatório. "Assim, mostra-se propenso a reduzir o estoque de swap cambial de forma gradual."

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 tinha leve alta, passando de 13,740% para 13,750%, enquanto o contrato de DI para janeiro de 2021 caía de 13,710% para 13,630%.

O BC realiza nesta terça-feira leilão de títulos públicos, na chamada operação compromissada, com vencimento de seis meses e valor total de R$ 10 bilhões. O resultado do leilão pode influenciar a curva de juros, que tem mostrado queda.

BOLSA

Após a alta expressiva na segunda-feira, o Ibovespa se mostra volátil. Há pouco, ganhava 0,15%, aos 50.915,79 pontos. As ações da Petrobras, que operavam em queda, viraram e passaram a ganhar 0,23% na PN (a R$ 8,46), mas recuavam 1,31% na ON (a R$ 10,49).

Já os preços do petróleo recuavam pela quarta sessão seguida, em meio às preocupações com o excesso de oferta global: em Londres, o Brent perdia 3%, a US$ 39,06 o barril; nos EUA, o WTI caía 3,22%, a US$ 38,12.

Vale PNA perdia 1,93%, a R$ 11,17, e ON recuava 1,91%, a R$ 14,88, reagindo à queda dos preços do minério de ferro na China.

A maior parte das ações do setor financeiro operava no campo negativo: Itaú Unibanco PN (-0,09%); Bradesco PN (-0,68%); Banco do Brasil ON (-0,19%); Santander unit (+0,05%); e BM&FBovespa ON (-0,25%).

EXTERIOR

Em Wall Street, o índice Dow Jones perdia 0,20% e o S&P 500, -0,18%; o Nasdaq subia 0,37%.

Na Europa, a Bolsa de Londres perdia 0,26%; Paris subia 0,71%; Frankfurt, +0,24%; Madri, +0,28% e Milão, -0,20%.

Na Ásia, os principais índices acionários também terminaram em queda.


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