Folha de S. Paulo


Mais acessíveis, ferramentas de 'big data' chegam a pequenos negócios

Aline Massuca/Valor/Folhapress
Data: 15/09/2014 Editoria: Projetos Especiais Local: Rio de janeiro Reporter: Julia Matravolgyi Pauta: Case para o caderno PME_Setembro sobre E-commerce. Personagem: Thoran Rodrigues, socio fundador da Big Data, fotografado na Barra da Tijuca, RJ. tags: big data, Thoran Rodrigues, pme Sets: big data, Thoran Rodrigues, pme Fotografo: Aline Massuca/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
Thoran Rodrigues, sócio-fundador da Big Data Corp, no Rio de Janeiro

Ter à disposição um volume gigantesco de dados para tomar decisões não é um recurso exclusivo das grandes corporações. Empresas de tecnologia oferecem soluções de "big data" (análise de massa de dados) a negócios de pequeno e médio porte.

"Antes, era preciso criar grandes estruturas dentro da empresa, o que gerava um custo proibitivo para as pequenas. Hoje, os projetos de 'big data' foram simplificados e barateados", afirma Antonio Chaddad, gerente de vendas do Google no Brasil.

As informações podem ser as mais variadas possíveis, desde hábitos de consumo, a reação a produtos. A análise desses dados ajuda empresários a definir estratégias, mapear mercados, enxergar tendências, reduzir custos, nortear inovações e melhorar o relacionamento com clientes.

As soluções disponíveis no mercado geralmente combinam tecnologia de empresas como SAP, Cisco, Microsoft, Google e Amazon com a análise de especialistas em TI (tecnologia da informação).

O custo é variável e muda conforme a complexidade do problema de cada empresa. Há soluções de R$ 500 mensais, como da SAP, ou pay-per-use (pago por uso), como do Google. Já projetos de inteligência podem sair a partir de R$ 1.000 em uma consultoria como a Big Data Corp.

UTILIDADE

Thoran Rodrigues, dono da consultoria, diz que, antes de uma empresa decidir contratar uma uma solução "big data", é preciso entender qual problema ela deseja resolver.

"Ela deve pensar quais indicadores importam para ela. Se for sobre vendas, muitas vezes não vai precisar de 'big data'. Mas se quiser saber mais sobre clientes, concorrentes e mercado, tarefa que exige grande volume de informações externas, então ela precisa da ferramenta", diz.

Para Rodrigues, as soluções têm potencial de revolucionar mercados. "Além de usar os dados para tomar de decisões mais acertadas, já vejo negócios surgindo com base nessas informações e outros com o big data no centro do modelo de negócio."

É o caso da f (x) (lê-se "efe de xis"), start-up que pretende fazer a ponte entre empresas que precisam de crédito e investidores interessados em emprestar dinheiro.

Para isso, ela criou um algoritmo que cruza os perfis de crédito e estabelece combinações entre eles.

"Nós já começamos usando 'big data' porque, para ser eficiente, temos que trabalhar com uma amostragem gigantesca", afirma Dan Cohen, um dos sócios. Sem a ferramenta, o algoritmo poderia funcionar, porém, demoraria muito mais tempo para ganhar precisão. Em seis meses de atuação, a start-up já gerou mais de 100 milhões em propostas.

DE GRAÇA

De acordo com Diego Nogare, especialista em inteligência para negócios, parte das soluções "big data" pode sair de graça para o empresário.

Segundo ele, existem bancos de informações públicos e sistemas de cruzamento de dados gratuitos, de código aberto, que podem ser personalizados conforme a necessidade. "É possível fazer um processo simples em cima de uma solução que já existe sem investir muito."

A mão de obra especializada e a infraestrutura necessárias, no entanto, não são baratas. Por isso, pode não compensar para uma pequena empresa contratar um profissional especializado, afirma Nogare. Nesses casos, ele recomenda a contratação de uma consultoria.


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