Folha de S. Paulo


Baixa cultura de investimentos trava serviço que automatiza aplicações

Alessandro Shinoda - 8.ago.2011/Folhapress
Operadores do pregão na BM&FBovespa, em São Paulo
Operadores do pregão na BM&FBovespa, em São Paulo

As tecnologias que automatizam investimentos podem ser boas ferramentas para quem tem algum grau de conhecimento do mercado, afirmam especialistas.

Mas eles desaconselham o uso delas por quem não tem noções básicas de finanças e apontam a falta de conhecimento sobre o tema de boa parte da população como empecilho ao seu crescimento.

Ricardo Humberto Rocha, professor de finanças do Insper, diz ter dúvidas a respeito de se agora é o momento ideal para o florescimento dessas tecnologias no Brasil.

Para ele, o maior desafio para as start-ups do setor é superar a falta de cultura de investimentos em renda variável no país.

"Acredito que isso será o futuro. Mas quem inova tem de tomar cuidado para não apresentar boas ideias antes do tempo. Levando em conta a dificuldade que existe no tema investimentos, as pessoas vão estar dispostas a usar uma tecnologia dessas pela internet, sem ninguém ao lado para explicar?"

O planejador financeiro Janser Pinheiro afirma que, para se correr menos riscos, os clientes devem ser capazes de avaliar as decisões tomadas por elas. "Confiar cegamente na ferramenta sem ter um senso crítico é um problema. É preciso estar atento para saber se o serviço indicado é uma boa escolha."

Outro ponto de atenção, segundo Pinheiro, é o uso das informações sobre o perfil e os objetivos do investidor para a escolha das aplicações.

É preciso reavaliar estas metas a cada acontecimento importante para que elas não fiquem desatualizadas. Caso contrário, o sistema pode recomendar investimentos que não são mais adequados para o novo momento, diz.


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