Folha de S. Paulo


Desemprego nas metrópoles sobe para 7,6% em janeiro, indica IBGE

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país avançou para 7,6% em janeiro, acima dos 6,9% verificados em dezembro do ano passado, informou o IBGE nesta quinta-feira (25).

Trata-se da maior taxa para o mês desde 2009, quando foi de 8,2%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado (5,3%), o índice teve um incremento de 2,3 pontos percentuais.

O resultado veio melhor que as expectativas de economistas e instituições financeiras ouvidos pela agência internacional Bloomberg. O centro das expectativas da taxa de desemprego era de 8% no mês passado.

O aumento de desempregados era esperado, e não só por causa da crise econômica. Normalmente, a taxa cresce no mês por causa da dispensa dos trabalhadores temporários contratados no final do ano.

"Sabemos que em dezembro de cada ano registra-se a taxa mais baixa do ano. E, janeiro, normalmente temos a taxa mais alta. Isso também aconteceu nos anos anteriores", disse Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Taxa de desocupação - Janeiro de 2015 a janeiro de 2016, em %

O número de pessoas ocupadas teve queda de 1% de dezembro para janeiro. Isso representou 230 mil pessoas a menos nesse intervalo. Frente ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 2,7%.

Ao mesmo tempo, o mercado continuou pressionado pelo número de pessoas procurando trabalho sem encontrar. A população desocupada (desempregada) cresceu em 8,4% frente a dezembro, 146 mil pessoas a mais. Em um ano, o aumento foi de 42,7%.

Um dos motivos para o aumento da procura por emprego ao longo do ano é a queda da renda e aumento do custo de vida. Mais pessoas de uma mesma casa estão procurando emprego para complementar o orçamento do lar.

O rendimento real dos trabalhadores foi de R$ 2.242,90 em janeiro nas seis regiões metropolitanas, queda de 1,3% na comparação a dezembro de 2015 e de 7,4% frente ao mesmo mês do ano passado.

Esse movimento de procura por trabalho não foi ainda mais intenso porque janeiro é um mês tipicamente de férias nos lares, o que pode ter feito com que uma parcela das pessoas tenha optado por adiar a procura por emprego para fevereiro.

Rendimento real habitual - Em R$

SETORES

O setor de educação, saúde e administração pública deu a maior contribuição quantitativa para as dispensas de janeiro. Foram 111 mil demissões no setor na passagem de dezembro para janeiro, uma redução de 2,8%.

Diferentemente da tendência dos últimos meses, o emprego domésticos teve a maior queda percentual entre as atividades acompanhadas pelo IBGE. Foram 93 mil pessoas dispensadas, uma baixa de 6,4%.

Já a população ocupada no comércio registrou um crescimento de 2,3% em janeiro, na comparação a fevereiro, um aumento de 100 mil postos. Frente ao mesmo mês do ano passado, são 25 mil pessoas a menos.

"O comércio foi a única atividade que reteve pessoas. Isso não é uma coisa típica. Então, não podemos basear os dados de janeiro ao comércio a dispensa de pessoas", disse Adriana,.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a indústria tem a maior contribuição para as demissões. Foram 298 mil pessoas cortadas, uma queda 8,5%, segundo informou o instituto.

Nessa base de comparação, a segunda atividade que mais demite se chama "outros serviços". É um grupo abrangente, que inclui setores tão variados como alojamento e transporte, por exemplo. O setor demitiu 155 mil em um ano.

A PME (Pesquisa Mensal de Emprego) deixará de ser realizada pelo IBGE. Em março, o instituto vai divulgar os dados de fevereiro e encerrar a pesquisa. Ela será substituída pela Pnad Contínua, que pesquisa o emprego no país.


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