Folha de S. Paulo


Barbosa e ministro argentino negociam proposta comum para G20

Evaristo Sa/AFP
Argentine Economy Minister Alfonso Prat-Gay (R) and his Brazilian counterpart Nelson Barbosa shake hands during a meeting in Brasilia, on February 18, 2016. Brazil and Argentina will discuss a new bilateral agreement for the automotive sector. AFP PHOTO / EVARISTO SA ORG XMIT: ESA057
Nelson Barbosa (à esq.), ministro da Fazenda, e sua contraparte argentina, Alfonso Prat-Gay

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, recebeu sua contraparte argentina, Alfonso de Prat-Gay, nesta quinta-feira (17), com quem discutiu propostas em comum para levarem à reunião de ministros de finanças do G20 na próxima semana, em Xangai.

Barbosa viaja neste fim de semana para a China, onde deve ficar toda a semana. Prat-Gay afirmou, na saída, que tem interesse em estreitar relações com o Brasil e aprovar o acordo de livre-comércio para o setor automotivo.

O ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, está agora em Buenos Aires negociando os termos do acordo.

ABRUTRES

Prat-Gay afirmou que o governo de Mauricio Macri pretende pagar em dinheiro os credores da dívida argentina.

Para levantar recursos, pretende emitir bônus da dívida. Será preciso, contudo, o fim do bloqueio imposto pelo juiz americano Thomas Griesa sobre o pagamento aos credores que aceitaram renegociar a dívida.

Cerca de 8% dos credores argentinos não aceitaram a renegociação da dívida externa relativa ao calote de 2001. Eles são detentores dos chamados fundos abutres.

Prat-Gay acredita no apoio do Congresso nas medidas em estudo, como emissão de bônus, e diz que o país depende do fim desse impasse para retomar o crescimento econômico.

"Tenho confianca que a Argentina quer deixar para trás esse tema, que já leva 15 anos. É muito importante para infraestrutura e desenvolvimento da nação, para crescer e criar emprego."

Um acordo entre o governo e os fundos especulativos pode inserir novamente o país no mercado internacional de crédito.

Desde meados de 2014, quando o governo de Cristina Kirchner se recusou a acatar a decisão da Justiça americana que obrigava o pagamento dos fundos credores, a Argentina não tem acesso a financiamentos estrangeiros.


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