Folha de S. Paulo


Barbosa defende que rebaixamento da nota de crédito brasileira é temporário

Alan Marques/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 22/ 12/ 2015. Nelson Barbosa (foto)transmite o cargo de ministro do Planejamento para Valdir Simão, durante cerimônia no auditório do ministério do Planejamento.(FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
Nelson Barbosa, ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, comentou, por nota, que o novo rebaixamento da nota de crédito brasileira pela S&P (Standard & Poors's) é temporária e será revertida "tão logo os resultados das medidas em andamento comecem a produzir efeitos".

Entre as medidas, o ministro destacou como prioridade a prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite o livre uso de até 20% do Orçamento, e a recriação da CPMF, o chamado imposto do cheque. Ambas medidas precisam passar pelo crivo de deputados e senadores para vingar.

O ministro também citou a reforma no sistema previdenciário. Nesta quarta, o Fórum da Previdência, composto por ministros, sindicalistas e empresários, se reuniu pela sexta vez para discutir mudanças nas regras para aposentadoria, mas ainda não foram apresentaras propostas concretas. A presidente quer enviar a reforma ao Congresso até abril.

Estabelecimento de uma idade mínima para o brasileiro se aposentar e unificação das regras para homens, mulheres, previdência urbana e rural são algumas das ideias que a equipe econômica de Dilma cogita. Essas propostas enfrentam, contudo, resistência de centrais sindicais e de dentro do próprio governo e base aliada.

GRAU DE INVESTIMENTO
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Babosa defende que mudanças no regime fiscal, que contemplarão a limitação do crescimento das despesas, "reduzirão as incertezas fiscais, promoverão a melhora nos níveis de confiança, reduzirão as taxas de juros de longo prazo e a volatilidade da taxa de câmbio".

A nota cita ainda que serão tomadas iniciativas para aumentar a eficiência, previsibilidade e produtividade da economia.

O Brasil já perdeu a credencial de lugar seguro para investidores, uma vez que duas agências de classificação de risco (S&P e Fitch) rebaixaram a nota de crédito do país para grau especulativo. O rebaixamento desta quarta-feira (17), de BB+ para BB, reforça a percepção da agência S&P de que deve demorar ainda mais para o país reverter o atual quadro de deterioração fiscal. Sem o selo de bom pagador, os maiores fundos de investimento do mundo retiram dinheiro do país.

Barbosa defendeu que, "pelo tamanho e diversidade da economia brasileira, a estratégia de recuperação do crescimento é gradual e envolve várias iniciativas".

"Além de aumentar o investimento em infraestrutura, é necessário aumentar o investimento em educação, viabilizar a maior participação do Brasil no comércio mundial, melhorar a competitividade do setor manufatureiro e adotar medidas institucionais que melhorem o funcionamento da economia."

Classificação de risco


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