Folha de S. Paulo


Há cem anos, calhambeques formaram primeira frota do Uber, diz cofundador

Kai Pfaffenbach/Reuters
File illustration picture showing the logo of car-sharing service app Uber on a smartphone next to the picture of an official German taxi sign in Frankfurt, September 15, 2014. A Frankfurt court earlier this month instituted a temporary injunction against Uber from offering car-sharing services across Germany. San Francisco-based Uber, which allows users to summon taxi-like services on their smartphones, offers two main services, Uber, its classic low-cost, limousine pick-up service, and Uberpop, a newer ride-sharing service, which connects private drivers to passengers - an established practice in Germany that nonetheless operates in a legal grey area of rules governing commercial transportation. REUTERS/Kai Pfaffenbach/Files (GERMANY - Tags: BUSINESS EMPLOYMENT CRIME LAW TRANSPORT) ORG XMIT: KAI09
Uber e táxis tentam atrair consumidores no Brasil; empresa cresce em todo o mundo

Cem anos atrás, um vendedor de carros de Los Angeles inventou um serviço parecido com o Uber. Em um ano, seu negócio explodiu, espalhou para outros lugares do país e era responsável por 150 mil caronas por dia numa única cidade. Em quatro anos, no entanto, o sonho acabou, afundado num emaranhado de novos regulamentos.

"Os 'trolleys' [tipo de bondinho] eram o monopólio da época no transporte. Claramente eles não estavam felizes com a novidade e saíram país afora criando regulamentos para reduzir seu crescimento", disse Travis Kalanick, americano cofundador do Uber, que deu palestra sobre o aplicativo de caronas em Vancouver, onde justamente seu serviço é proibido.

Sua apresentação fez parte do TED (tecnologia, entretenimento e design), evento anual que reúne mais de 70 palestrantes e 1.400 ouvintes em cinco dias em Vancouver.

Entre as novas regras para o "jitney", os carros que davam carona por um níquel em 1914, estavam licenças, preços, obrigação de ter um motorista 16 horas dentro do veículo e uma luz acesa no banco de trás para prevenir algo novo: os amassos de casais.

"Se os 'jitneys' tivessem sobrevivido, o futuro do transporte já estaria aqui. E, quando você não pode compartilhar um carro, você precisa ter um. O número de carros explodiu nos EUA", continuou.

"Imagine como as cidades seriam diferentes hoje. Talvez teríamos parques em vez de estacionamentos. Perdemos essa chance, mas a tecnologia está nos dando uma nova."

O aplicativo começou como um serviço de carros de luxo em 2010 e hoje organiza diversos tipos de carona, como uma na qual o usuário divide o mesmo carro com outras pessoas que seguem para destinos parecidos.

MIRE PARA A LUA

Entre outros que falam nesta semana no TED, em palestras que podem durar até 18 minutos, estão executivos de empresas de tecnologia de realidade virtual, além de astronautas e artistas.

Pelos corredores do centro de convenções, os participantes, muitos dos quais pagaram entre US$ 8,5 mil e US$ 17 mil, podem ver demonstrações de tecnologias, experimentar chocolates de várias partes do mundo, cruzar com celebridades como Harrison Ford e Meg Ryan e quase tropeçar num modelo em miniatura de um carro elétrico Tesla (dirigido por uma criança).

A primeira palestra do TED, na segunda-feira, foi de Astro Teller, responsável por liderar os projetos semissecretos da X (ex-Google X), braço do Alphabet. Seu título na empresa é capitão de "moonshots", uma palavra que vem sendo bastante repetida nas apresentações e significa ideias audaciosas como lançamentos de aeronaves para a Lua ("moon" é lua em inglês).

"Trabalhamos bastante duro na X para fazer um ambiente seguro para podermos falhar", disse Teller, após contar como diversos projetos ambiciosos foram minuciosamente bombardeados e enterrados antes de seguirem adiante, como um projeto de agricultura vertical.

Compare a corrida do Taxi, Uber, Zazz com o carro


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