Folha de S. Paulo


Quatro gigantes do petróleo concordam em congelar produção

Olya Morvan/AFP
Esq. para dir.: ministros de Arábia Saudita, Qatar e da Rússia (segundo à direita) participam de coletiva
Esq. para dir.: ministros de Arábia Saudita, Qatar e da Rússia (segundo da dir. para a esq.) em coletiva

Os governos de Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Qatar decidiram nesta terça-feira (16) congelar a produção de petróleo nos níveis de janeiro, informou o ministro de Energia e Indústria do Qatar e presidente rotativo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Mohammed Bin Saleh Al-Sada.

"A fim de estabilizar o mercado do petróleo, decidimos congelar a produção", afirmou, em entrevista coletiva realizada nesta terça em Doha, capital do Qatar.

Os países disseram, porém, que o acordo depende da adesão de outros produtores de petróleo ao pacto. Al-Sada acrescentou que busca-se "uma medida que não só beneficiará os países produtores e exportadores de petróleo, mas a economia global".

Para conseguir isso, o ministro do Qatar anunciou que liderará uma próxima rodada de contatos com países como Irã e Iraque.

Em resposta, a agência de notícias do Ministério de Petróleo do Irã informou que o país não vai abrir mão de sua fatia apropriada no mercado global de petróleo.

"O que é importante é que, primeiro, o mercado está enfrentando um excedente e, segundo, que o Irã não irá subestimar sua fatia", disse o ministro Bijan Zanganeh, segundo a agência oficial Shana.

Ele também confirmou que vai se encontrar com seus colegas ministros da Venezuela e do Iraque em Teerã na quarta-feira (17).

CONSENSO

Na entrevista coletiva também estiveram presentes o ministro de Petróleo e Recursos Minerais saudita, Ali al-Naimi; o titular de Energia russo, Alexander Novak, e o ministro de Petróleo venezuelano, Eulogio del Pino.

Em 28 de janeiro, quando Novak mostrou disposição de participar do encontro desta terça, antecipou que a Arábia Saudita tinha proposto uma corte da produção de 5%

No entanto, ressaltou que antes de concordar com o corte, era necessário que todos os países produtores e exportadores chegassem a um "consenso" base.

Em seu último relatório, de 10 de fevereiro, a Opep afirmou, citando fontes secundárias, que a produção de petróleo dentro da organização aumentou em janeiro em 131 mil barris por dia e alcançou uma média de 32,3 milhões de barris por dia.

Antes do anúncio de Doha, a Opep havia informado em Viena que o barril de petróleo dos países da organização se valorizou 6,3% nesta terça e estava cotado a US$ 28,44.

Com esse aumento, o petróleo da Opep mantém a tendência de alta dos dois últimos dias, nos quais já ganhou US$ 3 por barril.

Ainda assim, o preço do barril de referência da Opep se mantém em seu menor nível em 12 anos, devido ao excesso de oferta de petróleo no mercado.


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