Folha de S. Paulo


Guia explica passo a passo como investir no Tesouro Direto

Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress
Saiba como investir em títulos do governo
Saiba como investir em títulos do governo

Com a inflação acima dos 10%, o brasileiro começa a perceber que é preciso mais do que colocar o dinheiro na poupança para preservar as economias e se anima a desbravar opções mais vantajosas como o Tesouro Direto.

Mas para quem estava acostumado a acompanhar apenas a data de aniversário da caderneta, que rendeu 7,94% nos últimos 12 meses terminados em janeiro, o desafio é mergulhar em um território desconhecido que inclui corretora, taxa de administração, BM&FBovespa (que guarda os títulos e cobra por isso), Imposto de Renda e ainda decidir qual é o título mais adequado para o objetivo do investimento.

Mapa do Tesouro

"Não é muito comum ter uma conta em corretora. Tem muitas pessoas que, por comodidade, preferem ficar no banco no qual têm conta-corrente e investir em outros produtos de renda fixa [e não em títulos públicos]", avalia Liao Yu Chieh, professor de finanças do Insper.

O valor aplicado em títulos do governo saltou 67% em 2015, para R$ 25,6 bilhões, no confronto com 2014. Já a poupança perdeu R$ 53 bilhões no ano passado –parte foram poupadores que precisaram raspar as economias para atravessar o ano de desemprego em alta, parte daqueles que decidiram migrar para outros investimentos que remunerassem mais do que a inflação– e, com isso, o saldo chegou a R$ 648 bilhões.

"A meta do investidor é bater a inflação", diz Fabio Colombo, administrador de investimentos. Para ele, o poupador deveria começar suas aplicações no Tesouro Direto comprando papéis Tesouro Selic, menos sujeitos à volatilidade, e, portanto, com menor risco de perda caso o investidor precise resgatar o valor antes do vencimento.

"Conforme o investidor atinge um patamar que considera bom para reserva, ele pode migrar para os títulos indexados à inflação", sugere.

No ano passado, 59,5% dos títulos na mão de poupadores estavam atrelados à inflação, 20,9% eram prefixados e 19,6% estavam associados à taxa básica de juros.

Qual é seu objetivo

Os papéis que remuneram acima da inflação (IPCA+) são indicados para um planejamento de longo prazo, como reserva para a aposentadoria. Na sexta-feira (12), os títulos com vencimento em 2024 e 2035, por exemplo, ofereciam ganho anual de mais de 7% acima da inflação.

Já os títulos prefixados são considerados os mais arriscados. Com a inflação em aceleração, é mais difícil avaliar se a remuneração será suficiente para manter o valor do dinheiro ao longo do tempo.

Chieh, porém, ressalta que ainda há interessados. "É muito fácil de entender. É para quem não quer saber se a Selic vai subir ou cair, basta saber que o dinheiro vai render mais que na poupança."

Glossário


Endereço da página:

Links no texto: