Folha de S. Paulo


Consumo residencial de energia tem a 1ª queda desde racionamento

O consumo médio de energia elétrica nas residências do Brasil caiu 3,2% em 2015 ante o ano anterior, na primeira retração desde 2002, quando o país enfrentou racionamento, afirmou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em boletim nesta segunda-feira (1).

O consumo médio equivale à média mensal de consumo por todas as unidades consumidoras do país no ano.

Já o consumo de eletricidade total do país somou 464,7 mil gigawatts-hora em 2015, com redução de 2,1% ante 2014, apontou a EPE, que atribuiu o desempenho principalmente à retração de 5,3% no consumo industrial.

A EPE, órgão do Ministério de Minas e Energia, disse que a queda do consumo industrial, que somou 169,6 gigawatts-hora, está associada a um "cenário econômico desfavorável ao longo do ano" que culminou em um recuo de 7,7% no quarto trimestre –"o mais forte já anotado para este período em toda a série de consumo iniciada em 2004".

Dentre 13 segmentos industriais acompanhados, apenas o de extração de minerais metálicos teve alta no consumo (10%), enquanto os demais tiveram retração, com destaque para os setores de metalurgia (-12,5%), automotivo (-10,9%), produtos de metal (-10,3%) e têxtil (-9,9%).

QUEDA ACUMULADA

No consumo residencial, a queda acumulada em 2015 foi de 0,7%, atribuída pela EPE ao quadro econômico adverso e à elevação das tarifas, que chegou a ser superior a 40% em diversas distribuidoras de energia.

Já o consumo médio das residências caiu 3,2% ante 2014, na primeira variação negativa desde 2002 e 2001, quanto o país passava por racionamento que estabeleceu uma redução compulsória de consumo de 20% nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e em parte do Norte.

Desde 2004, segundo a EPE, o consumo médio residencial vinha crescendo a uma média de 2% ao ano.

Já o segmento comercial foi o único a apresentar alta no ano, de 0,6%, ainda assim apontado como pior desempenho da classe desde 2004, quando a EPE iniciou os levantamentos.


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