Folha de S. Paulo


Hopi Hari atrasa pagamento e corta convênio médico, dizem funcionários

O Hopi Hari, parque de diversões localizado em Vinhedo (SP), atrasou o pagamento de salários no último dia 15, não pagou a segunda parcela do 13º salário e cortou o convênio médico, segundo relatos de funcionários. O parque nega as denúncias.

Segundo uma atendente do parque, que preferiu não se identificar, os funcionários decidiram cruzar os braços nesta quarta-feira (20). O Hopi Hari está fechado ao público, mas reabre a partir de amanhã, até segunda-feira (25). Na terça (26) e quarta-feira (27), volta a fechar para manutenção.

A funcionária afirma que cerca de 15 seguranças do parque foram demitidos na semana passada. Esses funcionários teriam cruzado os braços por uma hora por conta do atraso no 13º salário.

Ela diz também que, no fim da tarde desta quarta-feira, um gerente do parque informou que o convênio médico será normalizado a partir desta quinta-feira, quando também será pago 50% do adiantamento quinzenal. Os outros 50% ainda não têm previsão de pagamento. O gerente teria alegado que a empresa ainda "está levantando recursos" para quitar o pagamento.

A atendente diz que os atrasos de salários são recorrentes. "Trabalho no Hopi Hari há sete meses e só recebi o salário sem atraso no primeiro mês."

Um funcionário da manutenção, que também não se identificou, afirma que há um ano e meio o Hopi Hari não deposita o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). "E aumentaram o preço da refeição comprada pelos funcionários no parque."

Funcionários da manutenção prometem cruzar os braços também nesta quinta-feira.

De acordo com a assessoria de imprensa do Hopi Hari, não houve paralisação de funcionários. "O parque trabalhou normalmente, com o contingente programado para hoje (quarta-feira)".

A empresa diz também que o pagamento quinzenal de salários "está dentro do prazo de pagamento definido pelo acordo coletivo e o convênio médico não foi cortado".

O Sindicato dos Empregados e Trabalhadores nas Empresas de Entretenimentos, Casas de Diversões e Similares dos Municípios de Jundiaí e Região (Sindiversão) informou, por meio de seu departamento jurídico, que fez várias reuniões com representantes do Hopi Hari, que teriam admitido que o parque passa por dificuldades financeiras.

DÍVIDA

No dia 12 de janeiro, o Hopi Hari obteve uma liminar que suspendeu o protesto de uma dívida no valor atualizado de R$ 5,9 milhões. O credor é o empresário Cesar Federmann.

No mesmo dia, o empresário protocolou um pedido de falência contra o parque. O Hopi Hari diz desconhecer o pedido.


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