Folha de S. Paulo


Estrangeiros lideram em aquisições no Brasil em 2015

A valorização do dólar e as dificuldades enfrentadas pelas empresas brasileiras em 2015 abriram caminho para a entrada de companhias estrangeiras no país.

Relatório da consultoria PwC aponta que a participação de negócios com sede no exterior em aquisições no Brasil ultrapassou a das empresas nacionais no ano passado –é a primeira vez que isso acontece desde 2002.

E a tendência deve crescer neste ano, de acordo com Rogério Gollo, sócio da PwC. Em 2015, a participação dos estrangeiros nas transações foi de 51% (ante 38% no ano anterior). Neste ano, a fatia deve crescer para 55%.

"Os estrangeiros vão manter seu interesse no Brasil e as empresas nacionais continuarão com dificuldades de financiamento", diz Gollo. Entre os setores que devem atrair recursos neste ano, ele aponta os de TI (tecnologia da informação, líder em negócios em 2015), varejo, agronegócio e energia renovável.

Ao todo, foram 672 compras de participações majoritárias ou minoritárias em empresas brasileiras em 2015. O número poderia ser maior, segundo Gollo, não fosse o aumento das incertezas políticas e econômicas no segundo semestre do ano passado.

"A partir do momento em que houve um acirramento na situação política brasileira, as transações nacionais tiveram uma redução drástica", diz, apontando para a desaceleração do número de transações a partir de julho.

Além de tornar os preços mais acessíveis para os estrangeiros, por meio da alta da moeda norte-americana e da queda nos preços dos ativos, a crise tornou disponíveis operações que antes não estariam à venda, resultado de problemas enfrentados por empresas brasileiras.


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