Folha de S. Paulo


China cresce 6,9% em 2015, pior resultado em 25 anos

O PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 6,9% em 2015, resultado que ficou dentro da meta "ao redor de 7%" estipulada pelo governo. O resultado, no entanto, é o pior desde 1990.

No quarto trimestre, a expansão foi de 6,8% em relação ao mesmo período de 2014. O resultado ficou abaixo dos 6,9% estimados por analistas ouvidos pela agência Bloomberg.

Joannes Eisele/AFP
TOPSHOT - A security guard walks at the bund near the Huangpu river across the Pudong New Financial district, in Shanghai on January 18, 2016. China recorded its lowest growth in a quarter of a century in 2015, an AFP survey has forecast, projecting a further slowdown in the world's second-largest economy this year. AFP PHOTO / JOHANNES EISELE / AFP / JOHANNES EISELE ORG XMIT: EIS03
Vista do distrito financeiro de Xangai

Em 2014, a alta do PIB havia sido de 7,3%, 0,2 ponto percentual abaixo do alvo desejado por Pequim.

O resultado deve agravar os temores em relação à China, um cenário que retomou força desde o início deste ano com a derrocada da Bolsa de Valores local, em um movimento que derrubou não só outros grandes mercados financeiros internacionais como o preço de diversas commodities.

As preocupações com a economia chinesa já fizeram as Bolsas globais perder 11% do seu valor de mercado neste ano, ou mais de US$ 4 trilhões (mais do que o dobro do PIB brasileiro no ano passado, de acordo com estimativa do FMI).

PIB da china - Evolução em %

Foi o quinto ano consecutivo de desaceleração da segunda maior economia global –o crescimento em 2014 já havia sido o menor desde 1990, quando o PIB registrou alta de 3,8%, resultado das sanções internacionais contra o país após o massacre da praça da Paz Celestial, no ano anterior.

A expectativa de economistas é que a freada continue neste ano, com um consumo interno que, ainda que robusto, não tem o mesmo crescimento de outrora e um cenário externo complicado para as exportações, com emergentes como Rússia e Brasil em recessão.

Essa desaceleração também é sentida no Brasil, que tem o gigante asiático (grande motor do PIB global nos últimos anos) como principal destino das suas exportações. As vendas brasileiras para o mercado chinês recuaram 12,3% no ano passado em relação a 2014.


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