Folha de S. Paulo


Banco Central gasta R$ 89 bilhões contra alta do dólar em 2015

As intervenções do Banco Central sobre o preço do dólar geraram gastos de R$ 89,7 bilhões em 2015. O valor é cotado em moeda nacional e contribuiu para aumentar a dívida pública.

A quantia foi gasta por meio da negociação de contratos de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro.

Com o instrumento, o Banco Central compensa o investidor pela variação do dólar até o vencimento do contrato. Em troca, o comprador paga juros sobre o valor do contrato.

Quando os juros superam a variação do dólar, quem ganha é o Banco Central. Quando o oposto ocorre, ganham os investidores.

O custo com o swap em 2015 foi recorde. Em 2014, por exemplo, o gasto foi de US$ 17,3 bilhões. Em anos anteriores, houve até lucro.

Segundo a instituição, ao oferecer proteção contra a alta do dólar, o swap reduz a demanda pela moeda estrangeira, o que ajuda a manter seu valor sob controle.

Dados já apresentados pelo BC mostram que 80% dos mais de US$ 100 bilhões em contratos de câmbio estão nas mãos de empresas que têm dívidas ou custos atrelados à moeda estrangeira e de investidores estrangeiros que buscam proteção para não ter de deixar o país. Os outros 20% estão com fundos de investimento no Brasil.

ENTRADA DE DÓLARES SUPERA SAÍDA EM US$ 9,4 BILHÕES

O mecanismo foi um dos principais fatores que contribuíram para que a entrada de dólares no Brasil superasse a saída em US$ 9,4 bilhões em 2015, ano em que a moeda norte-americana acumulou alta próxima a 50%. O resultado positivo se deu após dois anos seguidos de saídas líquidas.

Também contribuiu para a maior entrada de dólares o saldo positivo de US$ 25,5 bilhões nas operações de comércio exterior, incluindo exportações, importações e financiamentos para esses negócios.

Essa entrada mais que compensou o saldo negativo de US$ 16,1 bilhões em operações financeiras, como investimentos estrangeiros, remessas de lucro e gastos com viagens ao exterior.


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