Folha de S. Paulo


Fusão com a TIM criaria fôlego, diz presidente de maior acionista da Oi

Paula Nunes/Diário Económico
Luis Palha da Silva
Luis Palha da Silva, presidente do conselho da Pharol

Desde maio de 2015, a Portugal Telecom (PT) virou Pharol. A troca de nome marcou a venda da operadora portuguesa em Portugal para os franceses da Altice. O negócio capitalizaria a Oi, que continua endividada.

Atualmente, a Pharol é a maior acionista da Oi, com 27,5% de participação e concentra os principais sócios da operadora portuguesa.

Em entrevista à Folha, o presidente do conselho da Pharol, Luis Palha da Silva, defendeu a fusão com a TIM para resolver os problemas da operadora.

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Folha - A fusão da Oi com a PT não resolveu o endividamento da Oi. Não existe o mesmo risco caso a fusão com a TIM aconteça?

Luis Palha da Silva - Queremos gerir o futuro dessa companhia. No último ano, a Oi conseguiu mostrar que tem eficiência operacional [é capaz de dar retorno rápido]. É completamente diferente.

Desistiram então de gerir o passado, aquela dívida de € 897 milhões que surgiu inesperadamente no momento da fusão com a Oi?

Ao contrário. As investigações estão sendo conduzidas e os responsáveis já estão sendo processados. Três deles já respondem judicialmente –Enrique Granadero, Amilcar Pires e Luis Pacheco. Outros virão em breve.

Há chances de recuperarem algum dinheiro com isso?

É possível. Temos a obrigação legal de buscar os responsáveis [pelos empréstimos feitos pela PT e que os sócios da Oi disseram não saber]. Novas investigações estão sendo concluídas e, em cerca de seis meses, devemos entrar com novas ações.

Uma nova fusão será capaz de resolver os problemas da Oi?

Só em sinergias estamos falando em algo muito acima de R$ 20 bilhões. Isso cria imediatamente um fôlego para a companhia resolver o seu único problema que é o endividamento.

A fusão depende de muitos fatores na Europa e no Brasil. Os russos do LetterOne deram prazo até maio. E se não sair?

Estamos trabalhando fortemente para que esse negócio seja fechado até lá. Mais dois bancos devem ser contratados neste mês.

Por quê? Estão descontentes com o BTG?

Uma operação desse tamanho exige mais assessores.

Vocês aceitam abrir mão do comando em favor da Telecom Italia e do LetterOne para que o acordo saia rapidamente?

Estamos dispostos a fazer concessões desde que consigamos criar mais valor para essa companhia.


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