Folha de S. Paulo


Carga tributária chega a R$ 2 trilhões em 2015, com alta de 7,2%

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Impostômetro, que marca valor dos impostos pagos pela população, em São Paulo, nesta terça (29)
Impostômetro, que marca valor dos impostos pagos pela população, em São Paulo, nesta terça (29)

Nesta quarta-feira (30), penúltimo dia do ano, a carga tributária chegará a R$ 2,09 trilhões. Esse valor representa aumento nominal de 7,2% em relação ao R$ 1,95 trilhão arrecadado em todo o país em 2014.

Embora se trate de um recorde em valor absoluto, a alta é inferior à inflação esperada para este ano, que deve superar os 10%.

Esse valor engloba o total de tributos que os contribuintes brasileiros pagarão aos três níveis de governo (União, Estados e municípios) em 2015.

A marca será registrada por volta de 11h (horário de Brasília) pelo Impostômetro (painel eletrônico instalado no prédio da Associação Comercial de São Paulo, centro da capital paulista, que registra, em tempo real, a carga tributária no país).

Segundo Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), "é imprescindível uma reforma tributária no Brasil, que só poderá ser feita se houver solução satisfatória para a crise política, na urgência que o país requer".

CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL* - Em % do PIB

Segundo a assessoria de imprensa da ACSP, levantamento encomendado ao IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) revela que os tributos federais representam 65,95% da arrecadação de R$ 2 trilhões. Os tributos estaduais equivalem a 28,47% e os municipais, a 5,58%.

Individualmente, o tributo de maior arrecadação é o ICMS (19,96% do total), seguido da contribuição ao INSS (19,18%), do Imposto de Renda (15,62%) e da Cofins (10,13%).

Apesar da estimativa de queda do PIB de mais de 2% em 2016, a tendência também será de aumento da carga tributária no próximo ano.

Isso ocorrerá devido ao aumento de tributos federais, como a contribuição sobre o lucro das instituições financeiras, o IPI sobre diversos produtos, especialmente bebidas, e o aumento do IR sobre ganho de capitais (a alíquota atual, de 15%, pode até dobrar, dependendo do ganho obtido na operação).

Os Estados também contribuirão para isso, especialmente devido aos aumentos do ICMS e do imposto sobre heranças e doações (neste último caso, dez Estados e o Distrito Federal cobrarão mais em 2016).


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