Folha de S. Paulo


Sony registra recorde de vendas do PlayStation 4 e vê futuro promissor

Yuya Shino/Reuters
Visitantes olham os consoles do plataforma PlayStation 4 durante a Tokyo Game Show, em 2014
Visitantes olham os consoles do plataforma PlayStation 4 durante a Tokyo Game Show, em 2014

A popularidade do PlayStation 4 está impulsionando a confiança da Sony em relação aos seus consoles emblemáticos no longo prazo, após as vendas terem superado 30 milhões de unidades no mês passado.

O PS4 se tornou o console com a maior rapidez de vendas da história, superando o desempenho inicial do PlayStation 2, que vendeu até o momento mais unidades do que qualquer outro aparelho durante a sua vida de 12 anos.

Andrew House, presidente mundial da Sony Computer Entertainment, disse neste fim de semana que espera que o PS4 iguale ou supere as vendas do PS2 em seus primeiros três a cinco anos de existência.

"Acabamos de ter a Black Friday de maior sucesso na história da empresa", disse ele em entrevista ao Financial Times. "Estamos agora tentando igualar o sucesso do PlayStation 2 —ou ultrapassá-lo, se possível", afirmou.

O bom desempenho de vendas do PS4 tem sido impulsionado pelo crescimento em novos mercados, como o Oriente Médio e a China, depois de ter sido extinguida em março uma proibição sobre as vendas de consoles nessas regiões que vigorou por 14 anos.

Na Europa, a Alemanha se tornou o maior mercado de consoles da Sony pela primeira vez, com os jogadores migrando cada vez mais dos PCs para os PlayStations.

A empresa tem conseguido ficar à frente de rivais —como Xbox, Microsoft One e Nintendo Wii U— em parte por causa de parcerias de conteúdo exclusivo com os principais fabricantes de jogos.

Entre essas parcerias está um acordo com a Activision Blizzard, a maior desenvolvedora de jogos do mundo, para o lançamento, no último mês, de "Call of Duty: Black Ops 3". Tais parcerias impulsionaram a popularidade do PS4 entre os jogadores mais aficionados.

Embora a versão portátil PlayStation Vita não tenha feito muito sucesso, o console PS4 da Sony teve desempenho melhor do que muitos analistas tinham previsto, acompanhando o enorme crescimento de jogos nos últimos anos. "Rumores sobre a morte do console foram muito exagerados", disse House.

Os comentários de House sugerem uma meta mais agressiva do que alguns analistas tinham previsto para um negócio que está se tornando cada vez mais importante na retomada da Sony. Três anos após o seu lançamento, em março de 2000, o PS2 vendeu 51 milhões de unidades. Até o final de 2005, mais de 100 milhões haviam sido vendidos.

A consultoria IHS previu no mês passado que a base de usuários do PS4 não ultrapassaria 100 milhões até 2020. Mas se o PS4 seguir a trajetória do PS2 em seus primeiros cinco anos, esse marco pode ser alcançado até o final de 2018.

House foi "hesitante em prever" que as vendas do PS4 ultrapassariam as do PS2, de 155 milhões de unidades, dado o aumento da "cadência em que as pessoas esperam inovação". Ele discursou no evento "PlayStation Experience", em São Francisco, nos Estados Unidos, onde a Sony mostrou seus mais recentes lançamentos para 15 mil clientes.

REALIDADE VIRTUAL

Além da demonstração dos jogos mais atuais, incluindo "Street Fighter" e "Call of Duty", muitos participantes também estavam interessados em experimentar o novo óculos de realidade virtual da Sony, o PlayStation VR, previsto para ser lançado no primeiro semestre do próximo ano.

House admitiu que ele "estava um pouco cético no início" em relação ao novo produto, mas foi convencido pelo "The London Heist" —um jogo de gangster desenvolvido por um dos estúdios da Sony. "Eu tive esse momento incrível, onde eu tentei colocar o controle na mesa", disse, apenas para frisar que a mesa existia somente no mundo virtual.

Outros jogos para o PlayStation VR incluem o "Eagle Flight", da Ubisoft, onde o jogador sobrevoa cidades e árvores, o "Zombie Modern Taxi Co", um jogo de condução de carros, e "100ft Robot Golf", um simulador de esportes.

No entanto, ainda é preciso firmar parcerias importantes com alguns desenvolvedores líderes, como Electronic Arts e Activision, para jogos do PlayStation VR. A consultoria IHS prevê que serão vendidos apenas 2,5 milhões de VRs no próximo ano, sendo os principais rivais o "Oculus" e o "Vive", de propriedade da fabricante de smartphones HTC.

"Eu não acho que esse total de unidades seria uma decepção", disse House. "Você não precisa necessariamente vender dezenas de milhões de unidades para ser uma plataforma sólida e ter uma boa comunidade de desenvolvedores —mas certamente ajuda", completou.

Por ora, os novos conteúdos do VR serão "mais voltados para a comunidade de desenvolvedores independentes", admitiu, como pequenas empresas que estão dispostas a assumir riscos em uma nova tecnologia, onde os custos de produção deverão ser inferiores aos dos jogos mais famosos dos consoles atualmente, de milhões de dólares.

"Nós enxergamos a entrada de 'gigantes' nesse espaço, mas por enquanto estamos apenas no início de um longo caminho", finalizou.

Tradução de ANDERSON FIGO


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