No intervalo de um ano, 1,4 milhão de mulheres passaram a exercer a função de chefe de suas famílias no país.
Domicílios que possuíam, no ano passado, uma mulher como pessoa de referência representavam 39,8% do total, alta de um ponto percentual em relação ao verificado em 2013. Em 2014, 27,7 milhões de lares eram chefiados por mulheres.
Pesquisa do IBGE |
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Síntese de Indicadores Sociais |
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As informações constam da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (4) pelo IBGE. Ainda que tenha havido avanço, a proporção de lares chefiados por homens permanece maior: 60,1% em 2014. O ano passado encerrou com 42,2 milhões de lares com homens como a pessoa de referência.
O movimento do ano passado confirma a tendência da última década, com elas ganhando espaço à medida que eles reduzem a sua importância.
De 2004 a 2014, a quantidade de lares chefiados por mulheres aumentou 67% —11,4 milhões de mulheres passaram a essa condição no período. A estatística de homens cresceu apenas 6% no período, com a entrada de 2,4 milhões de pessoas nessa situação.
"O aumento das mulheres enquanto pessoa de referência nos domicílios está relacionada ao maior acesso delas ao mercado de trabalho", disse a técnica Cíntia Simões, pesquisadora do IBGE.
A população feminina ocupada cresceu 21,9% na última década e atingiu 42,4 milhões em 2014 —homens empregados eram 55,7 milhões.
Houve também ganhos de formalização, com a entrada de nove milhões de mulheres em postos com carteira assinada entre 2004 e 2014.
O ano passado encerrou com 24 milhões de mulheres em empregos formais, alta de 60% em relação ao verificado dez anos antes, quando o volume era de 15 milhões.
RENDIMENTO
A despeito do avanço no mercado, a diferença de rendimentos entre os sexos persiste. O rendimento médio das mulheres em postos formais foi de R$ 1.763 em 2014, valor R$ 530 menor que o dos homens.
Além de ganhos inferiores, elas ainda têm uma posição mais frágil no mercado. As mulheres são o segundo grupo populacional com maior taxa de desocupação, de 8,7%, ficando atrás somente dos jovens (16,6%).
METODOLOGIA
O levantamento, feito com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), faz uma interpretação subjetiva do termo "pessoa de referência" no lar.
Durante as entrevistas com a população, os técnicos do instituto não deixam explícito se determinado "chefe de família" é necessariamente quem assume a maior parte dos gastos do lar.
O indicador, portanto, mostra apenas que as mulheres são cada vez mais vistas como a pessoa mais importante de seus lares.
AFAZERES DOMÉSTICOS
Outro indicador que apresenta distância entre os sexos e que dá uma medida da importância da mulher no lar é o que mede a quantidade de pessoas que mesmo ocupadas realizam afazeres domésticos, como cozinhar, limpar a casa e lavar roupa.
Mulheres empregadas fazem mais tarefas domésticas do que homens, no que ficou apelidado de "dupla jornada feminina". O contingente de brasileiras neste grupo é 9,9 milhões maior do que o de brasileiros. Em 2014, havia 38,5 milhões de mulheres nesta condição, enquanto os homens eram 28,6 milhões.
Ainda que eles tenham aumentado sua participação nas tarefas de casa —o contingente cresceu 29,4% em uma década— elas ainda gastavam muito mais horas semanais nesses afazeres: 21 horas delas contra 10 horas deles.