Folha de S. Paulo


Amazon exibe design do seu novo drone Prime Air

Reprodução/Youtube/amazon
drone da Amazon, Prime Air
Drone da Amazon, o Prime Air

No domingo, a Amazon exibiu o mais recente projeto do seu drone (aeronaves de pilotagem remota) para entregas, Prime Air, durante um dos finais de semana mais movimentados do ano no comércio.

Um novo vídeo, narrado por Jeremy Clarkson, antigo apresentador do programa de TV "Top Gear", mostrava imagens do voo de um veículo híbrido, parte avião e parte helicóptero. Seu design permitiria que ele viajasse longas distâncias e mantivesse a capacidade de decolar e pousar verticalmente, necessária para entregas realizadas em pátios de residências, telhados ou entradas para carros.

O vídeo exibe o que a Amazon garante serem imagens "não simuladas" do drone decolando de um armazém da empresa e voando por sobre uma paisagem rural a fim de realizar uma entrega para uma família moradora de um subúrbio. O grupo de varejo online afirma que o novo drone tem alcance de 24 quilômetros e é capaz de "detectar e evitar" obstáculos, tanto no ar quanto em terra.

O desenvolvimento de veículos autoguiados está ganhando cada vez mais prioridade nas empresas de tecnologia, dos carros autoguiados do Google que estão em teste nas ruas e rodovias da Califórnia e Texas aos drones acionados por energia solar do Facebook, com o objetivo de prover acesso à Internet em regiões remotas.

Na China, o grupo Alibaba está experimentando entregas por drones a centrais de distribuição localizadas em áreas urbanas, das quais a entrega final será realizada por mensageiros humanos. Companhias iniciantes como a Airware, Skycatch e CyPhy Works arrecadaram dezenas de milhões de dólares em capital a fim de desenvolver a tecnologia de drones para monitoração de fazendas, canteiros de obras e equipamentos de infraestrutura como linhas elétricas.

Vídeo do drone Prime Air, da Amazon

O mais recente vídeo promocional da Amazon para o Prime Air surge dois anos depois que a empresa anunciou inicialmente seus planos de entregar produtos a clientes usando veículos autônomos. A Amazon não revelou quando exatamente espera que os veículos estejam em voo para entregas a consumidores, mas o cronograma será ditado tanto por considerações judiciais quanto pela tecnologia.

"Colocar o Prime Air em serviço demorará algum tempo, mas ele será ativado quando contarmos com o apoio de que precisamos da parte das autoridades regulatórias para realizar nossa visão", afirmou a Amazon em seu site.

Em abril, a Administração Federal da Aviação (FAA) dos Estados Unidos concedeu à Amazon uma licença para o teste de seus drones de entregas, desde que eles voem em altitudes inferiores a 120 metros, não excedam os 160km/h de velocidade e evitem "áreas densamente povoadas".

Durante a ilustração em vídeo sobre como poderia funcionar uma entrega por drone, Clarkson - contratado para produzir e comandar um novo programa sobre automóveis para o serviço de vídeos da Amazon - descreve a cena como "algo que veremos em um futuro não muito distante".

"Com o tempo, haverá toda uma família de drones da Amazon", disse Clarkson, "com designs diferentes para diferentes ambientes'.

Embora a Amazon tenha sido acusada por alguns de usar o Prime Air a fim de obter publicidade para o frenesi de consumo da "Black Friday" e "Cyber Monday", que representam o início da temporada de compras de festas nos Estados Unidos, alguns analistas previram que o Prime Air poderia desordenar o mercado de serviços de entregas tradicionais como a FedEx e UPS.

A Ark Invest, uma companhia de análise financeira sediada em Nova York, estimou que a Amazon pode sair do vermelho com esse tipo de serviço em apenas um ano, e que as entregas por drone talvez venham a custar apenas US$ 1 por volume. Desenvolver os drones e sua infraestrutura de apoio pode atingir um custo de cerca de US$ 130 milhões, e os custos anuais do serviço seriam de cerca de US$ 350 milhões, afirmou a Ark em relatório divulgado meses atrás.

A Amazon afirmou que "estamos trabalhando com as autoridades regulatórias e políticas de muitos países a fim de tornar o Prime Air uma realidade para nossos clientes o mais rápido possível. Ele será colocado em operação quando e onde obtivermos o apoio regulatório necessário a realizar nossa visão de maneira segura".

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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