Folha de S. Paulo


PIB de Dilma aumenta após revisão, mas segue abaixo do de antecessores

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção de bens e serviços do país, de 2012 e 2013 foi maior do que originalmente divulgado, informou nesta terça (17) o IBGE.

Os novos valores, contudo, mantêm o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (2011-2014) como o mais fraco comparado aos antecessores. O crescimento médio no período foi revisado de 2,1% para 2,2%.

De acordo com o IBGE, o PIB de 2012 foi revisto de 1,8% para 1,9%. O de 2013, de 2,7% para 3%.

A revisão do cálculo do PIB é rotineira. Todos os anos o IBGE divulga a revisão do PIB de dois anos atrás para incorporar uma base de dados mais detalhada sobre gastos e investimentos no país.

Isso é feito porque, na primeira divulgação do PIB, há dados de setores da economia que não estão disponíveis. É o caso, por exemplo, do setor de petróleo. O volume de produção de petróleo está disponível, mas detalhes sobre serviços prestados entre petroleiras não.

Revisão do PIB - Variação em volume, em %

O cálculo do desempenho médio do primeiro governo Dilma é provisório. Os dados definitivos do PIB de 2014 só serão divulgado no fim do ano que vem –em março, o IBGE informou que o cálculo inicial da variação do PIB no ano passado foi de 0,1%.

No segundo governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), a economia brasileira teve crescimento médio de 2,3%. Foi um período turbulento, com as crises asiática, da Rússia e a maxidesvalorização do real de 1999.

No primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a economia cresceu em média 3,5%. No segundo mandato, o avanço foi de 4,6%, apesar de a crise iniciada no mercado hipotecário americano ter afetado as economias pelo mundo.

RESULTADOS

Os dados de 2012 e 2013 mostram um Brasil que ainda crescia, puxado pelo consumo das famílias –efeito da renda, da oferta de crédito– e pelos investimentos. Em 2015, a economia está em recessão, com a retração de ambos indicadores.

Por dentro do resultado do PIB de 2012, o resultado do setor de serviços foi revisado de 2,4% para 2,9%. Os investimentos foram revistos de uma queda de 0,6% para uma alta de 0,8%, segundo dos dados divulgados pelo IBGE.

O consumo do governo, no entanto, ficou menor. O crescimento havia sido de 3,2% na divulgação original e passou para 2,3% no resultado definitivo divulgado nesta terça-feira pelo instituto.

Segundo o IBGE, a variação dos gastos do governo, por exemplo, ocorreu porque da divulgação original para agora foram divulgados dados mais precisos sobre os gastos e investimentos dos governos federal, estadual e municipal.

Em 2013, os investimentos foram o motor do PIB, mesmo após a revisão dos dados. Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, passaram de 6,1% para 5,8% pela taxa revisada.

O consumo das famílias, por outro lado, ficou ainda maior após a revisão: de 2,9% para 3,6%, segundo os dados do IBGE. O consumo das famílias no PIB foi de R$ 3,2 bilhões, de acordo com os dados do IBGE.

Para 2015, a estimativa de economistas consultados pelo Banco Central (boletim Focus) é que o PIB tenha retração de 3,1%. E 2016 seria o terceiro ano seguido de encolhimento na economia (-2%).


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