Folha de S. Paulo


Confira dicas para aproveitar a Black Friday, marcada para 27 de novembro

Quem quiser aproveitar a Black Friday, dia no comércio dedicado a liquidações marcado para 27 de novembro, deve tomar cuidados para não ser enganado. É o que orienta o Procon de São Paulo, que já está se preparando para a data.

"Estamos monitorando preços de produtos em alguns sites e fornecedores físicos há mais de um mês e meio. Ao todo, serão quase três meses de monitoramento", afirma Ivete Maria Ribeiro, diretora da entidade.

A fiscalização tem o objetivo de inibir e detectar o fenômeno chamado de "Black Fraude", em que grandes descontos são dados em relação a preços recentemente majorados.

Faturamento da Black Friday no Brasil - Em R$ milhões

"Essa é uma prática abusiva contra o consumidor. Se algum cliente perceber que isso tenha ocorrido, deve vir ao Procon-SP com a documentação para exigirmos da empresa a devolução do que foi pago a mais", diz Ribeiro.

Além do monitoramento de preços, o Procon-SP contará com atendimento em tempo real aos consumidores durante as 24 horas da Black Friday.

No ano passado, a entidade registrou 1356 reclamações durante a data, um aumento de 111,5% em relação a 2013, quando 641 queixas foram ouvidas.

DICAS

Black Friday
Ofertas atraem consumidores
Defesa

Segundo o Procon-SP, o consumidor também deve pesquisar desde já os preços dos produtos que pretende adquirir no dia de descontos. Nesse período e também durante a Black Friday, é aconselhável imprimir as imagens dos descontos.

"É importante imprimir, em primeiro lugar, para que o consumidor possa informar o Procon se houver uma fraude de desconto. Além disso, toda oferta no ar deve ser cumprida durante o dia todo, e a imagem pode comprovar que isso foi desrespeitado", diz a diretora da entidade.

Outros cuidados necessários valem para qualquer compra pela internet. É o caso do uso de um bom sistema antivirus, de não utilizar computadores públicos para compras e de checar a reputação dos sites escolhidos.

Editoria de Arte/Folhapress

Veja abaixo algumas recomendações para os consumidores:

1- Lista
Faça uma lista de compras com tudo que você pretende comprar. Isso ajuda a evitar compras por impulso.

2- Pesquisa
Pesquise com antecedência os preços e imprima as imagens para ter provas caso haja uma fraude nos descontos ou um aumento dos preços no dia da promoção.

3- Órgãos de defesa do consumidor
No caso de dúvidas ou problemas, vale ligar para órgãos de defesa do consumidor. O Procon-SP contará com atendimento em tempo real aos consumidores durante as 24 horas da Black Friday.

4- On-line
As compras pela internet requerem uma série de cuidados: uso de computador pessoal com antívirus e checagem da reputação dos sites, por exemplo.

5- Valor do frete
O consumidor deve olhar sempre o valor do frete de suas compras, inclusive para poder comparar os preços com os de lojas físicas.

6- Código de Defesa do Consumidor
Vale sempre lembrar que todas as normas do Código de Defesa do Consumidor valem durante a Black Friday. O cliente que se sentir lesado pode acionar a Justiça e os órgãos de defesa do consumidor.

MP DO BEM VALE NA BLACK FRIDAY

Juliano Motta, diretor-geral do site Busca Descontos, responsável pelo site blackfriday.com.br, ressalta que o setor de comércio eletrônico continuará a se beneficiar da medida provisória 690, a "MP do Bem", que desonera a tributação sobre eletrônicos.

Com previsão para deixar de valer, inicialmente, no dia 1º de dezembro, ela foi prorrogada até fevereiro por meio de ato publicado no Diário Oficial no dia 21 de outubro.

Caso fosse extinta em dezembro, vendas da Black Friday com nota emitida no mês, assim como as vendas de Natal, deixariam de se beneficiar do IPI reduzido —um prejuízo que seria ampliado pelos descontos concedidos.

"BLACK FRAUDE"

Segundo o site Reclame Aqui, em 2014 consumidores apontaram maquiagem de preços e de dificuldades de continuar a compra depois que o produto foi adicionado ao carrinho da loja virtual, além de problemas como lentidão nos sites e preços de fretes que anulavam grande parte dos descontos.

Para este ano, o site pretende ter selos para destacar as empresas que se saem bem. Elas poderão ser classificadas como "ótimo", "bom", "RA1000" (excelente) com base na reputação obtida junto aos consumidores nos últimos seis meses.

"A empresa tem que informar ao consumidor que o estoque não é infinito e que está esgotado", diz Maurício Vargas, presidente do Reclame Aqui, sobre o tipo de medida que as companhias devem tomar para receber o selo. Durante o evento, o site terá 30 pessoas de plantão, 15 delas para verificar reclamações.

Com isso, espera ajudar a diminuir problemas que fizeram com que a Black Friday ficasse conhecida por alguns consumidores por ter "preços pela metade do dobro".

Foram mais de 12 mil reclamações no total. A loja que liderou o ranking foi o site americanas.com, com 1.221 reclamações, seguida por Submarino (1.100), Saraiva (682), Shoptime (235) e KaBuM! (197). Em 2015, o Reclame Aqui espera receber acesso de 1,5 milhão de usuários.

O KaBuM! Destaca que as reclamações correspondem a menos de 0,2% do número total de pedidos realizados à empresa durante o evento do ano passado. A empresa afirma que contratou mão de obra e investiu cerca de R$ 1 milhão em tecnologia da informação, além de criar um novo centro de distribuição, para atender à maior demanda de clientes em 2015.

Segundo Ricardo Ramos, fundador do Precifica, que presta serviços para empresas melhorarem sua precificação, um dos motivos para os altos custos de fretes em 2014 —em alguns casos, maiores do que o da mercadoria comprada— foi a inflação das transportadoras conforme o número de encomendas explodia.

O site mantém durante a Black Friday um serviço que acompanha em tempo real a variação dos preços médios dos produtos e também por vendedor, que pode ajudar o consumidor a se basear na hora de fazer as compras.


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