Folha de S. Paulo


Grupo Estácio de educação avança apesar da crise, diz seu presidente

A consolidação dos grandes grupos privados de educação, com capital aberto em Bolsa, mudou o panorama dos gestores e trouxe novos nomes, muitos originalmente do mundo corporativo.

É o caso de Rogerio Melzi, diretor-presidente do Grupo Estácio. Antigo executivo do grupo Suzano e da AmBev, ele está à frente do grupo Estácio desde 2012.

Sobre o modelo de gestão e seu passado no grupo criado por Jorge Paulo Lemann, ele diz: "Já estamos bastante avançados no 'modelo de gestão AmBev', o mesmo que foi adotado pela GP e posteriormente pelo 3G nos seus investimentos, ambos com extremo sucesso no Brasil e fora do Brasil. Talvez nosso caso seja o primeiro de uma aplicação bem-sucedida desse modelo tão propalado em uma empresa de serviços, e foi logo em educação".

Educação
Iniciativas bem-sucedidas no Brasil
Sala de aula em Sobral

Para Melzi, a redução no número de concessões do Fies não afeta particularmente o grupo. "A Estácio optou por ser muito cuidadosa. Fomos chamados de 'conservadores' em diversas ocasiões, porque nossa taxa de penetração do Fies era inferior à do mercado."

Dos 500 mil alunos, segundo ele, cerca de 35% são ainda financiados pelo Fies.

Mesmo assim, a exemplo do que aconteceu com outras instituições, o grupo foi afetado, diz Melzi. O maior impacto no caixa, segundo o executivo, foi causado pela 'portaria 23', que alterou o fluxo de pagamentos do Fies no final do ano passado.

Novos contratos do Fies -

"Por causa dessa portaria, estamos trabalhando e sustentando todos os custos, despesas, e investimentos necessários à nossa operação para os 12 meses do ano, porém recebendo somente oito mensalidades dos alunos que têm Fies. É o mesmo que você trabalhar 12 meses no seu emprego, mas só receber oito salários."

Para complicar, os atrasos gerados pelo SisFies (sistema que gerencia o Fies) e a metodologia adotada para a definição da quantidade de títulos a serem repassados para as instituições fazem com que, no ano de 2015, as instituições de maior porte recebam apenas o equivalente a 6 mensalidades, ou 50% do esperado, diz ele.

"Por outro lado", afirma, "sempre fomos muito cuidadosos com a gestão do nosso caixa, de modo que temos uma posição muito segura para atravessar esse período mais conturbado."

Empréstimos concedidos por meio do Fies -


Endereço da página:

Links no texto: