Folha de S. Paulo


Letter One propõe injetar US$ 4 bi na Oi caso ocorra fusão com TIM

Marcelo Sayão - 2.out.2013/Efe
Telefones públicos da O no RJ; empresa recebeu proposta de investidores russos
Telefones públicos da Oi no RJ; empresa recebeu proposta de investidores russos

O grupo de investimentos Letter One, do bilionário russo Mikhail Fridman, pode aportar até US$ 4 bilhões (R$ 15,4 bilhões) na Oi para ajudar a viabilizar a combinação de negócios com a TIM Participações.

Segundo comunicado enviado ao mercado nesta segunda (26), a oferta foi recebida pelo banco BTG Pactual, contratado pela Oi para colocar o negócio de pé, e será analisada pela empresa.

A operadora de telefonia tenta promover a consolidação do setor no país desde o ano passado. Nos meses seguintes ao anúncio, porém, em agosto de 2014, a situação financeira da Oi se deteriorou, com a descoberta de uma dívida surpresa e a forte queda de seu valor de mercado.

A empresa terminou o primeiro semestre com dívida líquida de R$ 34,6 bilhões ao final do primeiro semestre e caixa de R$ 16,6 bilhões.

Por outro lado, a Telecom Italia, controladora da TIM, tem afirmado que a operação no Brasil é estratégica para a companhia. O presidente da companhia, Marco Patuano, disse à Folha em fevereiro que a fusão não fazia sentido naquele momento.

Nesta segunda, em comunicado, a TIM Participações afirmou que não tem nenhuma negociação em curso com o Letter One e a Oi.

A possibilidade de injeção de capitais na operadora –e uma eventual fusão– foi considerada positiva pela agência de classificação de risco Moody's. É improvável, no entanto, que o acordo se materialize no curto prazo, disse a agência, em nota. A Oi não informou o prazo de validade da proposta. "Uma fusão ofereceria redução de custos", disse a Moody's.

Para o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, a Oi precisa resolver questões regulatórias no país para que possa fechar negócio com a TIM. "E isso pode se resolver no ano que vem ou daqui a dez anos."

LETTER ONE

O Letter One, que tem sede em Luxemburgo, tinha US$ 25 bilhões sob gestão em dezembro do ano passado.

Mikhail Fridman, o presidente do grupo, tornou-se um dos homens mais ricos do mundo depois de vender sua participação na companhia petrolífera TNK-BP para a também russa Rosneft.

Em abril, o fundo anunciou que pretendia gastar até US$ 16 bilhões (R$ 61,7 bilhões) em aquisições no setor de telecomunicações.

Atualmente, o braço de investimentos em tecnologia do grupo, L1T, tem participação na holandesa VimpelCom e na empresa turca Turkcell.


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