Folha de S. Paulo


Rio Tinto adota caminhões sem motorista e reduz custos na Austrália

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Caminhão autônomo da Rio Tinto em mina na Austrália***
Caminhão autônomo da Rio Tinto em mina na Austrália

A Rio Tinto apresentou caminhões autoguiados completamente automatizados para substituir as frotas de duas de suas minas de minério de ferro na região de Pìlbara, Austrália Ocidental, em um avanço que segundo a empresa não tem precedentes.

A mineradora também está testando trens sem maquinistas e empregando perfuratrizes autônomas na região, como parte de seu esforço para adotar novas tecnologias a fim de reduzir custos e aumentar a segurança.

"A frota autônoma oferece desempenho em média 12% superior ao de uma frota semelhante com motoristas humanos, ao eliminar as pausas requeridas, o absenteísmo e as mudanças de marcha", disse Andrew Harding, presidente-executivo das operações de minério de ferro da Rio Tinto.

"Remover as pessoas do ambiente de mineração propicia mais segurança", disse a Dra. Carla Boehl, professora na Escola de Mineração da Universidade Curtin.

Os caminhões automatizados respondem a instruções de sistemas GPS e entregam cargas de minério de ferro 24 horas por dia, 365 dias por ano. Sua operação é supervisionada remotamente por operadores em um centro de controle instalado em Perth, a mais de mil quilômetros de Yandicoogina e Nammuldi, os locais das minas.

Harding disse que automatizar a frota melhora a utilização, o que permite que a empresa reduza o número de veículos empregado e com isso seus investimentos de capital.

"Vimos também uma redução de 13% nos custos de carga e transporte devido ao aumento da eficiência",afirmou.

Mais de 38 mil empregos foram perdidos no setor de mineração da Austrália, de maio de 2012 a dezembro de 2014, devido a cortes de pessoal e à introdução de práticas de trabalho mais eficientes e novas tecnologias.

Mas a professora Boehl afirmou que a adoção da tecnologia poderia criar empregos mais interessantes, enquanto ao mesmo tempo tornaria obsoletos os postos que requerem menor capacitação.

"A tendência será a de eliminar os trabalhos tediosos e repetitivos executados sob um calor de 50 graus no Pilbara, mas também será possível criar papéis novos e inovadores na análise de dados e desenvolvimento da tecnologia", ela afirmou.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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