O diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, disse nesta quarta-feira (21) que a proposta da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para o reajuste das receitas das usinas nucleares brasileiras não é suficiente para resolver a situação da companhia.
A Aneel iniciou na terça (20) audiência pública para discutir o tema. A Eletronuclear pediu reajuste de 28,3%. A Aneel propõe 16,91%.
"Melhora a situação, mas não é suficiente", disse Guimarães, em entrevista durante o 16º Congresso Brasileiro de Energia. Segundo ele, a empresa vai usar o período de audiência pública para apresentar os documentos e cálculos que justificariam seu pedido.
Segundo ele, a empresa precisa do reajuste para destravar financiamento de cerca de R$ 6,5 bilhões do BNDES para as obras de Angra 3, paralisadas por divergências com os consórcios construtores.
Para obter os recursos, a Eletronuclear precisa entrar com contrapartidas que representam 40% do investimento e hoje não tem dinheiro disponível.
Segundo a proposta apresentada pela estatal à Aneel, a tarifa das usinas subiria para R$ 203,99 o megawatt-hora a partir de janeiro de 2016. E, desta forma, a receita fixa subiria de R$ 2,25 bilhões em 2015 para R$ 2,88 bilhões em 2016.
O período de audiência pública dura 30 dias e, depois de receber manifestações da empresa, a Aneel avaliará o tema em reunião de diretoria. As novas tarifas começam a vigorar no início de dezembro.