Folha de S. Paulo


Pimco e mais três entidades processam Petrobras nos EUA

Na sexta-feira (16), mais quatro autores passaram a processar a Petrobras na Justiça americana. Um deles é a gestora de ativos Pimco, que abriu uma ação individual contra a companhia na corte de Nova York.

Os outros três autores passaram a integrar a ação coletiva já existente, liderada pelo USS, fundo de pensão inglês. São eles o Tesouro estadual da Carolina do Norte, a entidade que representa aposentados no Havaí e o gestor Union Investment.

A adesão das três entidades à ação coletiva não altera o rito na corte, mas fortalece o pleito. A acusação sustenta que US$ 98 bilhões das ações e títulos da Petrobras foram inflados artificialmente pela companhia ao superestimar o valor de alguns de seus principais projetos. Segundo os autores, a diretoria da estatal tinha conhecimento da prática.

Em tese, todos os investidores que tinham participação acionária na Petrobras no período contemplado (2009 a 2015) são representados pela ação coletiva. A abertura de processos individuais mostra confiança de que os autores serão ressarcidos.

A Pimco, gigante do mercado financeiro, acusa a companhia de inflar preços artificialmente e fazer declarações falsas sobre o valor de ativos e lucros. Afirma também que a Petrobras distorceu informações sobre seus métodos de controle interno de corrupção.

A ação cita os ex-presidentes Maria das Graça Foster (2012-2015) e José Sérgio Gabrielli (2005-2012), além de outros funcionários, por supostamente terem ciência das práticas ilícitas.

Entraram como coautores a gestora Allianz, Western Asset e o fundo de pensão de funcionários da Boeing, entre outros.

A ação diz que o valor da Petrobras caiu de US$ 310 bilhões, em 2008, para os atuais US$ 33 bilhões e que a "integridade" da companhia está em xeque. A Pimco pede indenizações a prejuízos acumulados entre 16 outubro de 2010 e 15 de maio de 2015.

REFLEXOS DA LAVA-JATO

Em junho, a Corte de Nova York negou pedido da Petrobras para encerrar a ação coletiva que pede ressarcimento por perdas com corrupção e informou que as partes deverão se preparar para o julgamento até o dia 1º de fevereiro de 2016.

Com a ação, investidores querem recuperar os prejuízos daqueles que aplicaram em ADRs (recibos de ações na Bolsa de NY) ou em títulos de dívida da Petrobras de janeiro de 2010 a março deste ano.

As ações se iniciaram depois da descoberta do escândalo de corrupção na estatal revelado pela Operação Lava Jato.


Endereço da página:

Links no texto: