Folha de S. Paulo


Com excedente, usina de Itaipu escoa duas cataratas do Iguaçu por segundo

Com o reservatório cheio por causa da chuva, a usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, passou a escoar o excedente de água não utilizada para a geração de energia, segundo a Itaipu Binacional, desde sexta-feira (16).

Após chegar ao limite da cota normal de operação de 220,3 metros acima do nível do mar —o normal é entre 218,30 e 220,30 metros—, a usina começou a verter o excedente com uma vazão de 1.342 metros cúbicos de água por segundo, por uma das três calhas.

A água excedente não pode ser utilizada para aliviar a seca em São Paulo pois o fluxo de um rio da magnitude do Paraná não pode ser revertido e não há dutos para enviar a água para o Estado.

E também não é possível armazenar essa energia, que é distribuída para todo o país. A maior parte vai para as regiões Sul e Sudeste e para Brasília.

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Neste sábado (17), o fluxo chegou a 2.642 metros cúbicos de água por segundo, o equivalente à vazão de duas Cataratas do Iguaçu, e a usina opera com 220,18 metros acima do nível do mar.

Segundo a Itaipu Binacional, o aumento do nível é resultado da cheia dos rios Ivaí, Piquiri e Tibagi —decorrente do fenômeno meteorológico El Niño, que no sul do país se caracteriza por chuvas elevadas— e da baixa demanda por eletricidade nas regiões atendidas pelo sistema durante o fim de semana.

Itaipu fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai. Do lado brasileiro a energia produzida pela hidrelétrica é escoada pelo Sistema Interligado Nacional, a partir da subestação de Foz do Iguaçu, no Paraná.

A última vez que a calha foi aberta em Itaipu foi entre 11 e 27 de julho de 2015, por causa da cheia do Rio Paraná.


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