Folha de S. Paulo


Secretário-geral da Opep vê mercado de petróleo mais equilibrado em 2016

Vahid Salemi/Associated Press
Opep não acredita que fundamentos do mercado justifiquem queda nos preços do petróleo
Opep não acredita que fundamentos do mercado justifiquem queda nos preços do petróleo

O secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Abdullah al-Badri, disse neste domingo (11) que está confiante em ver um mercado de petróleo mais equilibrado em 2016.

"Precisamos continuar investindo, isso é essencial para nossa indústria... continuo confiante de que os melhores dias de nossa indústria estão ainda por vir", disse Abdullah al-Badri durante um evento do setor de petróleo no Kuwait.

Ele disse que a produção de petróleo por países não-membros da Opep caiu recentemente, e que não acredita que os fundamentos do mercado justifiquem uma queda nos preços.

Em setembro, a produção dos membros da Opep subiu na comparação com agosto. As exportações do norte do Iraque se recuperaram de interrupções que prejudicaram o crescimento da oferta do segundo maior produtor do grupo.

A Arábia Saudita e outros membros da região do Golfo Pérsico mantiveram a produção praticamente estável, em mais um sinal de que os países estão mantendo o foco na defesa de fatia de mercado, em vez de reduzir a oferta para elevar preços.

A oferta da Opep subiu em setembro para 31,68 milhões de barris por dia (bpd), ante volume revisado de 31,57 milhões em agosto, segundo a pesquisa, baseada em dados de frete marítimo e informações de fontes de empresas de petróleo, da Opep e de consultorias.

Com o aumento deste mês, a Opep já acumula alta de produção de quase 1,5 milhão de bpd desde que mudou, em novembro de 2014, sua política para defender participação no mercado, ante estratégia anterior de reduzir produção para elevar cotações.

Nos 12 meses encerrados em 9 de outubro, o barril do petróleo Brent —negociado em Londres— acumulou queda de 41,5%, enquanto o do WTI —dos Estados Unidos— registrou desvalorização de 42,1%.

A queda se deu por excesso de oferta, embora analistas vejam sinais de que a estratégia da Opep de rivalizar com produção de custo mais alto esteja começando a dar resultados.

"O excesso de oferta ainda é considerável, mas eu acho que em menos de um ano a oferta de fora da Opep vai começar a encolher", disse o analista Carsten Fritsch, do Commerzbank, em Frankfurt.

O aumento de oferta da Opep em setembro veio do Iraque –basicamente do norte do país, após problemas com um oleoduto– e de alguns países de menor produção.


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