Folha de S. Paulo


Organização Mundial do Comércio prevê freada maior nas trocas globais

Jeffrey Arguedas/Efe
SJ01. SAN JOSÉ (COSTA RICA), 25/8/2015.- El director general de la Organización Mundial de Comercio, el brasileño Roberto Azevedo, pidió hoy, martes 25 de agosto de 2015, mayor integración para mejorar la competitividad y reducir los costos de operación comercial en San José (Costa Rica). El brasileño destacó que el Acuerdo de Facilitación de Comercio de la OMC, el primero que se realiza a nivel multilateral y que aún debe ser ratificado, reducirá los costos y establecerá procedimientos en fronteras más simplificados. EFE/Jeffrey Arguedas ORG XMIT: SJ01
O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em agosto

O comércio mundial deve amargar mais um ano de baixo crescimento. Na avaliação de Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), se a expansão ficar em 3% em 2015 já será "de bom tamanho", mas é possível que fique abaixo desse patamar.

O órgão multilateral divulgará nos próximos dias uma nova estimativa para o desempenho da troca entre países neste ano. A projeção já fora rebaixada, em abril, de 4% para 3,3%.

"A estimativa será reduzida, já não resta muita dúvida. Todo mundo está revendo as projeções de crescimento econômico pra baixo e isso significa que as projeções de comércio provavelmente acompanharão essa tendência declinante", afirmou o brasileiro à Folha.

Se o pior cenário for confirmado, será o quarto ano consecutivo em que as trocas entre os países ficarão abaixo de 3%. De 2012 a 2014, as importações e exportações subiram em média 2,4%, bem abaixo do crescimento médio histórico de 5,1%.

O comércio mundial pode entrar, assim, em seu período de mais prolongado marasmo. Excluindo os anos de 1975 e 2009, quando as exportações e importações caíram, o desempenho de 2012 a 2014 foi o menor já registrado para um período de três anos.

"Não consigo ver uma retomada do patamar de crescimento do pré-crise no futuro imediato. Onde houver crescimento, será ainda muito modesto e muito moderado nos próximos anos", afirmou Azevêdo.

As dificuldades enfrentadas por emergentes, especialmente a China, fizeram com que o FMI (Fundo Monetário Internacional) também recuasse, em julho, em sua expectativa de expansão da economia global em 2015, de 3,5% para 3,3%.

"Temos de torcer para que esse momento negativo seja superado o mais rápido possível", afirmou.

Uma das apostas dos países para superar o período de baixo crescimento, os acordos comerciais regionais que vêm sendo negociados entre grandes potências econômicas não enfraquecerão a OMC, disse Azevêdo.

"Essa conversa já me cansou. É comparar laranja com maçã. Acesso a mercados sempre será mais fácil na negociação bilateral. Temos de ver em termos de regras, mas, em geral, nos acordos elas são compatíveis com a OMC."

Há a expectativa de que a Parceria Transpacífica, área de livre-comércio entre EUA, Japão e outros dez países, seja fechada neste ano. "Muita gente fala que, porque se está negociando por fora, a OMC acabou. Não vai acabar nunca, porque ninguém consegue, francamente, viver sem ela", disse.


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