Os Estados Unidos estão dando uma "bela ajuda" para o real não se desvalorizar ainda mais, na avaliação de Marco Maciel, economista sênior da Bloomberg Intelligence para o Brasil.
Na semana passada, o Federal Reserve (o BC dos EUA) decidiu manter a taxa básica de juros entre zero e 0,25%, mesmo patamar desde 2008.
"A política monetária americana segura a desvalorização do real. Se o Fed tivesse optado por aumentar a taxa em 0,25 ponto percentual, sinalizasse nova alta de 0,25 ponto em dezembro e indicasse a necessidade de 0,5 ponto em 2016, seria muito difícil dizer para onde iria esse câmbio, mas ficaria bem bem distante dos R$ 4", diz.
Mas, se por um lado os EUA evitam uma maior desvalorização do câmbio, por outro a China pode atrapalhar uma possível queda do dólar em 2016, após ele atingir a máxima no próximo ano.
Segundo ele, a desaceleração da economia chinesa diminui o interesse dos investidores por commodities, provocando uma redução nos preços das matérias-primas, o que provocaria uma desvalorização do real.
"Hoje, as duas forças externas se contrabalançam. Mas, na minha opinião, elas não devem continuar se balanceando lá na frente. O Fed mais comedido já está na conta, mas a China crescer menos do que se espera, não."