Horas antes de a S&P informar que rebaixou a nota do Brasil a grau especulativo, o vice-presidente de comunicação estratégica da Moody's disse que a agência mantinha o selo de bom pagador ao país.
Em palestra para empresários brasileiros em Nova York, Eduardo Barker afirmou que, com a perspectiva da nota do país estável, a nota da Moody's deve se manter nos próximos meses a menos que ocorra um "evento brusco".
Ao responder a um participante sobre o possível rebaixamento, Barker mencionou que seria necessário haver evidências de que a condução da política econômica sofreria uma mudança repentina, o que, por era, segundo ele, estava descartado.
Um assessor da agência disse à Folha que os prazos para a revisão de nota são "variáveis" e os 12 meses podem ser alterados, para mais ou para menos.
GRAU DE INVESTIMENTO
Nesta quarta (9), a S&P cortou a nota de crédito do Brasil, retirando o selo de bom pagador do país. O Brasil teve a nota rebaixada de BBB- para BB+. A agência colocou a nota em perspectiva negativa, o que aponta grande possibilidade de novo rebaixamento.
Em comunicado, a S&P disse que os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuam a crescer, pesando sobre a habilidade e capacidade do governo de submeter ao Congresso um orçamento para 2016 consistente com o ajuste sinalizado durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Na Fitch, o Brasil está a dois níveis do grau especulativo, mas a agência já sinalizou que vai revisar a nota do país em breve.
Manter o selo de bom pagador é importante para o Brasil porque grandes fundos internacionais possuem regras impedindo-os de investir em títulos de países com grau especulativo. A maior parte tem como regra que ao menos duas agências classifiquem o país como grau de investimento.
Além disso, quanto melhor a classificação, menor o custo da dívida para o país.