Folha de S. Paulo


Uber levanta US$ 1,2 bi para a unidade chinesa, em rodada que inclui Baidu

Aplicativo de transporte particular aumenta batalha com rival local, Didi Kuaidi, no principal mercado para o crescimento da start-up americana

O Uber está concentrando mais recursos e poder de fogo para bater a concorrência local na China. O aplicativo de transporte particular confirma que já levantou US$ 1,2 bilhão em uma rodada que incluiu investimento do site de busca chinês Baidu.

Avaliada em US$ 50 bilhões, a start-up de San Francisco elevou o financiamento adicional para o Uber China, empresa separada que foi estabelecida no país, pouco depois da notícia de que o rival local Didi Kuaidi tinha arrecadado US$ 3 bilhões em uma recente captação de recursos.

A captação já valorizou o Uber China em US$ 7 bilhões, em uma avaliação pré-money, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. No entanto, a rodada não foi fechada e poderia levantar mais várias centenas de milhões.

O Uber confirmou o investimento, que foi relatado pela primeira vez em uma entrevista com o presidente-executivo, Travis Kalanick, no site chinês Sina.
Kalanick não revelou os outros investidores da rodada.

O Uber tem dominado o mercado de aplicativos de transporte particular em centenas de cidades em todo o mundo e está se expandindo para a entrega de pacotes, além de transportar pessoas. Mas ainda não venceu a batalha no mercado chinês, onde muitas empresas de internet dos EUA, incluindo Google e Amazon, tropeçaram.

O Didi Kuaidi, formado a partir de uma fusão entre Didi Dache e Kuaidi Dache no início deste ano, arrecadou US$ 2 bilhões em uma transação que avalia a empresa em cerca de US$ 15 bilhões em julho. Mas a rodada não fechou e pode aumentar.

É difícil dizer exatamente como o mercado está dividido na China. O Uber diz que tem cerca de 50% dele no país, mas o rival Didi Kuaidi diz que tem 80%. Ambos os lados estão usando suas grandes captações de recursos para atrair mais usuários, subsidiando viagens. O Uber disse que vai gastar US$ 1 bilhão na China este ano.

O Uber havia sugerido anteriormente que o Uber China poderia eventualmente ser desmembrado com a sua própria oferta pública inicial de ações no país. Kalanick acrescentou que a start-up baseada em San Francisco pode conseguir investimento de uma 'marca nacional' chinesa.

GUERRA DE SERVIÇOS

Uber está em guerra de atrito com rival chinês Didi Dache.

Em fevereiro, o presidente-executivo do Uber, Travis Kalanick, se reuniu com Cheng Wei, presidente do aplicativo chinês de transporte particular Didi Dache, no escritório de Pequim de Cheng. Mas esse é apenas o único detalhe do encontro sobre o qual as duas empresas podem concordar.

EXPANSÃO DO UBER

Primeiro, o Baidu apostou no Uber no final do ano passado, e foi adicionado a uma lista de acionistas da companhia, que se estende desde empresas de venture capital do Vale do Silício, como a Benchmark Capital e o Google Ventures, a fundos, incluindo Fidelity, BlackRock e Wellington Management.

A mais recente captação de recursos do Uber visava sua expansão na Índia –seu segundo maior mercado alvo após a China– com uma parceria de US$ 100 milhões com o conglomerado indiano Tata.
Mas a empresa ainda enfrenta desafios no ocidente, onde muitas cidades têm tentado proibir o serviço sob a pressão dos lobbies dos táxis. Nos EUA, está sujeito a processos sobre se os motoristas do Uber são empregados ou contratantes.

Na semana passada, um juiz da Califórnia deu o aval para uma ação judicial coletiva contra o Uber, que poderia minar seu modelo de negócios se ele fosse forçado a assumir a totalidade dos custos da contratação de motoristas, que atualmente funcionam como um exército de freelancers.

Tradução de Maria Paula Autran


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