Folha de S. Paulo


Ministro diz que Receita tenta ignorar direitos ao se opor a mudar o Simples

Ronaldo Brandão/Brazil Photo Press/Folhapress
BRASÃLIA, DF 09, DE MAIO DE 2013 - CERIMÔNIA DE POSSE GUILHERME AFIF DOMINGOS - O Secretario Guilherme Afif Domingos durante sua cerimonia de posse para Secretaria de Micro e Pequena Empresa, na manha desta quinta-feira (09), na cidade de Brasília. FOTO. RONALDO BRANDÃO / BRAZIL PHOTO PRESS *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
O ministro Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequenas Empresas)

O ministro Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequenas Empresas) criticou publicamente nesta terça-feira (25) a posição da Receita Federal em relação ao projeto em votação na Câmara que aumenta os limites do Supersimples, sistema tributário para empresas de menor porte.

A nota do ministro, intitulada "Os equívocos da Receita Federal sobre o Simples", é uma resposta a um estudo divulgado pelo órgão subordinado ao Ministério da Fazenda na segunda-feira (24), contra o projeto que está sendo analisado pela Câmara nesta terça.

Afif afirma que o cálculo sobre impacto da proposta "é absurdo e não tem base em qualquer dado objetivo". Para o ministro, o mais provável é que ocorra aumento da arrecadação com a aprovação do Projeto de Lei Complementar 25, de 2007.

"Ao afirmar que haverá perdas de 11,43 bilhões para União, Estados e Municípios, a nota da Receita comete o equívoco imperdoável de condenar uma proposta sem ter lido previamente o seu conteúdo", afirmou. "Erra a Receita ao tentar ignorar o direito dos outros e falar em renúncia tributária."

O ministro diz ainda que não é fato a afirmação da Receita de que o Simples é o regime tributário mais benéfico do mundo. "O Brasil cobra tributos mais altos - inclusive no Simples - do que todos os países citados na nota da Receita, inclusive os mais ricos!"

"O maior equívoco da nota da Receita, no entanto, é defender que os deputados devem se submeter ao comitê gestor do Simples Nacional antes de votar o projeto. Isso é uma afronta às prerrogativas constitucionais da Câmara dos Deputados", encerra o ministro.

A proposta em análise na Câmara eleva o teto do Simples Nacional de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões (valor da receita bruta).

Na nota divulgada na segunda, a Receita diz que "não há a menor possibilidade de concordância" com a aprovação do projeto. "Entende-se não ser o momento adequado para propor ajuste que resulte em perda de arrecadação desta ordem."


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