Folha de S. Paulo


Desemprego maior é acompanhado por aumento da informalidade

O aumento da taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país para 7,5% em julho veio acompanhado pelo aumento da informalidade e de atividades autônomas, sem a proteção da legislação trabalhista.

Uma das conquistas sociais do mercado de trabalho nos últimos anos, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada encolheu 3,1% em julho deste ano, na comparação ao mesmo mês do ano passado, queda de 359 mil vagas.

Dois setores são considerados os principais responsáveis pelo movimento de redução do número de empregados com carteira de trabalho assinada, por serem considerados mais formalizados: a indústria e serviços.

O setor industrial cortou 139 mil vagas em julho, frente ao mesmo mês do ano passado, para 3,37 milhões de vagas, uma queda de 4%. O setor de serviços à empresas cortou 88 mil vagas, para 3,7 milhões, queda de 2,3%.

Desemprego - Taxa de desocupação, em %

Esses trabalhadores estão buscando ocupação em atividades informais, como o trabalho por conta própria. O total de ocupados nessa atividade cresceu em 59 mil pessoas em julho deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado, aumento de 1,4%

Segundo Adriana Beringuy, técnica do IBGE, apesar da redução do número de trabalhadores com carteira assinada, o "colchão" criado nos últimos anos não foi completamente revertido.

"Existe um processo de piora no emprego com carteira, mas ele ainda não está como em 2009. Se vai chegar lá, não sabemos", disse Adriana.

Os trabalhadores com carteira respondem por 49,9% dos empregos em julho. Esse número ainda é melhor do que em julho de 2009, quando respondia por 45,2% da população empregada, por exemplo. Por outro lado, o número chegou a ser maior, de 50,5% no pico.


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