Folha de S. Paulo


Grécia está próxima de fechar acordo para pacote de resgate de € 86 bi

Em meio a sinais de isolamento da Alemanha, a Grécia e seus credores internacionais estão perto de fechar nesta semana um acordo sobre o programa de resgaste ao país de € 86 bilhões.

Concessões feitas pelo governo do premiê grego Alexis Tsipras nas últimas semanas encorajaram alguns dos países que estavam ao lado de Berlim (como Finlândia) a romper com alemães, que desejavam estender as negociações para garantir mais reformas por parte dos gregos.

Essa mudança nas negociações já levou até alguns diplomatas da União Europeia, anteriormente céticos, a acreditar em um acordo até o prazo de 20 de agosto, quando os gregos precisam pagar € 2,3 bilhões ao Banco Central Europeu.

O clima otimista, ainda que cauteloso, contrasta com a reunião do mês passado da zona do euro, em que a Grécia ficou muito perto de ser expulsa do bloco, antes de Atenas ceder e aceitar negociar um acordo.

Os principais pontos do acordo proposto incluem corte de gastos, reforma administrativa e privatizações .

Entre os pontos em que ainda não foram fechados, estão detalhes sobre o plano de privatização, que prevê arrecadar € 50 bilhões, e a proposta de elevar o superavit primário (economia antes do pagamento de juros) para 3,5% do PIB em 2018, ante 0% neste ano.

Segundo autoridades gregas, um acordo deve ser fechado até terça-feira (11) e, nesse cenário, o Parlamento do país votaria o projeto antes do fim da semana .

Sendo assim, os ministros das Finanças da zona do euro se reuniriam na sexta-feira para aprovar o projeto, o que daria tempo para os Parlamentos dos países-membros darem seu aval para a proposta antes do dia 20.

A grande questão é se a Alemanha, maior credor grego, vai aceitar a proposta, já que na semana passada o governo ainda defendia que um empréstimo-ponte de dois ou três anos era melhor que fechar apressadamente um acordo ruim.

Porém, uma autoridade europeia afirma que a chanceler alemã, Angela Merkel, não vai querer ficar isolada no continente, ainda que seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, defenda uma posição mais dura.

Ainda assim, Merkel, para defender a proposta no Parlamento alemão, vai querer a presença do FMI no pacote de resgaste.

Autoridades do Fundo já sinalizaram que vão apoiar a ajuda aos gregos, mas funcionários do organismo multilateral alertaram à direção do FMI que a Grécia não está apta a receber novo resgaste por causa do seu endividamento alto e seu fracasso em concretizar as reformas prometidas anteriormente.


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