Folha de S. Paulo


Dólar para turistas já é vendido em bancos e casas de câmbio a R$ 3,70

Narong Sangnak/Efe
Corretores projetam que dólar deve chegar a R$ 4 até o fim do ano
Dólar turismo é cotado por R$ 3,51 a R$ 3,70

O dólar à vista, voltado para o mercado financeiro, terminou julho negociado a R$ 3,42. Nos bancos e nas casas de câmbio, porém, a moeda americana era vendida pelo câmbio turismo entre R$ 3,51 e R$ 3,70, na tarde de sexta (31), para o consumidor pessoa física usar em viagens ao exterior.

A diferença de preço entre o dólar à vista e o turismo se deve, basicamente, ao volume de moeda negociado.

O câmbio à vista é um negócio de atacado, com lotes acima de US$ 1 milhão, envolvendo pessoas jurídicas (fundos de investimento, exportadores, importadores, seguradoras e outros).

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O dólar turismo é uma pequena fração desse mercado que os bancos e os corretores destinam ao consumidor, cobrando uma margem de ganho que vai de 1,5% a 10% acima do câmbio à vista.

Há ainda o dólar paralelo, que é o mesmo negócio de varejo, mas fora das agências de viagem. No passado, era o que o consumidor comprava sem mostrar um bilhete de viagem, mas essa exigência não existe mais. E o dólar comercial é usado em transações no comércio exterior.

Editoria de Arte/Folhapress

As menores cotações encontradas pela reportagem da Folha foram no Banco do Brasil, em casas de câmbio e em corretoras da região da rua Boa Vista e da praça da República, no centro velho de São Paulo (veja quadro).

O local concentra agências de viagens, escritórios de companhias aéreas e áreas de câmbio dos principais bancos e instituições do país.

Bancos e casas de câmbio com as melhores cotações tinham fila longa na porta para vender moeda estrangeira diante da procura crescente dos últimos dias.

Na agência da Caixa da rua Boa Vista, uma das poucas do banco que trabalha com câmbio, havia acabado o estoque de dólar e euro.

Algumas casas de câmbio se ofereciam para cobrir a melhor oferta que o consumidor encontrasse na região.

DINHEIRO X PRÉ-PAGO

A maioria dos consumidores ouvidos pela reportagem preferia comprar dólar em espécie para não pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%, que incide nos cartões pré-pagos. Essa alíquota também incide nas transações pelo cartão de crédito. Nas operações com dinheiro em espécie, é 0,38%.

Nos grandes bancos, a taxa de câmbio no cartão pré-pago custa alguns centavos menos do que a para dinheiro em espécie. É o caso do BB e da Caixa, nos quais a cotação do pré-pago, na sexta, era de R$ 3,49 e, para o dinheiro em espécie, de R$ 3,51.

Para comprar moeda estrangeira, o cliente não precisa ter conta no banco. Basta ter um cartão de débito ou dinheiro em espécie. O cliente precisa informar o número do CPF e o endereço para fazer um cadastro. Algumas casas de câmbio nem cadastro fazem, mas pedem o número do CPF para recolher o IOF.

Colaboraram DANIEL MARCONDES e DANIELLE BRANT, de São Paulo


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