A Comissão Europeia está propondo conceder um empréstimo-ponte —crédito de curto prazo que busca viabilizar outro de prazo maior— de ¬ 7 bilhões à Grécia para cobrir as necessidades de financiamento do país em julho.
Ele seria feito a partir do MEEF (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira), de acordo com documento do Executivo da UE.
A Comissão Europeia é o órgão responsável pela elaboração de novos atos legislativos europeus e pela execução das decisões do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia, formado pelos chefes de Estado do grupo.
A proposta diz que o empréstimo terá um vencimento máximo de três meses e será pago com dinheiro que a Grécia irá receber posteriormente do fundo de resgate da zona do euro, o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilização).
Segundo a proposta da Comissão, a Grécia receberá os ¬ 7 bilhões de uma vez, permitindo ao país pagar seus bônus detidos pelo Banco Central Europeu na segunda-feira e suas obrigações vencidas ao Fundo Monetário Internacional.
As pré-condições para esse resgate, estimado em ¬ 82 bilhões a ¬ 86 bilhões, foram acordadas na segunda-feira pela Grécia e líderes da zona do euro, mas ele ainda depende de uma série de negociações.
Nesta quarta, o Parlamento grego vota um primeiro pacote de ajustes antes de o processo ter continuidade. Mas o projeto encontra resistência dentro do próprio partido governista, o esquerdista Syriza.
A proposta de usar o MEEFpara o empréstimo-ponte sofre forte oposição da Grã-Bretanha e da República Tcheca.
Diferente do MEE, que é um fundo da zona do euro, o MEEF é um fundo da União Europeia, com orçamento da UE e portanto desembolsos dele precisam da aprovação de todos os 28 países do bloco, e não apenas dos 19 da zona do euro.
Mas decisões no MEEF são tomadas por maioria qualificada, o que significa que, se uma maioria de países que representem três quintos da população da UE aceitarem o desembolso, seus oponentes podem ser superados.