Folha de S. Paulo


Líderes da zona do euro vão se reunir para discutir situação da Grécia

Após a vitória do "não" no plebiscito grego por 61% dos votos, a Comissão Europeia anunciou que respeita o resultado da consulta popular e indicou que seu presidente, Jean-Claude Juncker, consultará dirigentes de instituições europeias na segunda-feira (6) para decidir os próximos passos do bloco.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, pediram a convocação de uma cúpula europeia extraordinária para a próxima terça-feira (7).

Os dois líderes decidiram fazer o pedido após conversarem por telefone, informou um porta-voz do governo alemão.

Donald Tusk convoca reunião

O presidente do Conselho Europeu, instância suprema da zona do euro, Donald Tusk, confirmou pelo Twitter a convocatória para a terça-feira (7), em Bruxelas.

Na segunda-feira (6) haverá uma teleconferência com a participação de Jean-Claude Juncker; Donald Tusk; do dirigente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem; e do diretor do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, segundo comunicado. Ainda na segunda (6), Junker discursará no Parlamento Europeu, reunido em sessão plenária em Estrasburgo, no leste da França.

RESULTADO LAMENTÁVEL

Em uma declaração mais inflamada que a dos outros líderes, Dijsselbloem afirmou que o resultado da consulta popular é "extremamente lamentável para o futuro da Grécia". Segundo ele, "medidas difíceis e reformas são inevitáveis para a recuperação da economia grega". Dijsselbloem afirmou que o Eurogrupo irá aguardar as próximas iniciativas das autoridades gregas. O grupo fará uma discussão de panorama na terça-feira (7).

Presidido por Dijsselbloem, o Eurogrupo é uma aliança informal que reúne pelo menos uma vez por mês os ministros da economia e finanças dos países da zona do euro.

CONTATO COM LÍDERES EUROPEUS

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, entrou em contato com líderes europeus para tentar retomar as negociações com o bloco já nesta segunda (6), informaram os enviados especiais a Atenas, Leandro Colon e Fernanda Godoy.

Segundo os canais de TV da Grécia, o premiê já conversou, por exemplo, com o presidente francês, François Hollande.

À mídia grega, o ministro de Finanças, Yanis Varoufakis, celebrou o resultado, afirmando que a população deu um "não" a cinco anos de "hipocrisia", em referência ao período de austeridade fiscal pós-crise de 2010.

Varoufakis disse acreditar na possibilidade de um acordo em 24 horas. As autoridades gregas vão usar dois argumentos para tanto: o respaldo da população para que o governo não aceite os termos da atual proposta e o recente relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) reconhecendo que a dívida do país precisa ser perdoada em pelo menos 30%.

Ao mesmo tempo, o Banco Central grego deve fazer um apelo para que o BCE (Banco Central Europeu) aumente o limite da assistência emergencial de liquidez, chamada de ELA, para evitar o colapso bancário que, do contrário, deve se instalar a partir de terça-feira (7), quando as agências reabririam. O BCE tem mantido a ajuda no mesmo patamar há mais de uma semana.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS


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