Os clientes da Eletropaulo pagarão mais pela energia a partir de sábado (4). Para residências, o preço sobe 17,04%. Para a indústria, 11,73%. A medida é a quarta do ano a elevar os preços para 6,7 milhões de unidades consumidoras distribuídas em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital.
Além do reajuste autorizado nesta terça (30), outros já tinham ocorrido neste ano.
Na lista estão: uma disputa judicial por investimentos feitos, mas não reconhecidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que resultaram em decisão liminar determinando aumento médio de 3,53%; a revisão extraordinária das tarifas, aprovada para fechar as contas do setor elétrico neste ano; e a aplicação das bandeiras tarifárias, que começou neste ano em praticamente todo país.
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Sem levar em conta a aplicação das bandeiras –que pode variar mensalmente–, o aumento das tarifas para residências atendidas pela Eletropaulo ultrapassa os 50% em 12 meses.
Segundo a distribuidora, considerando os aumentos, encargos, impostos e o efeito da bandeira tarifária –vermelha–, o reajuste é de 74,71%, em média, para residências.
Apesar de poder mudar mensalmente e custar menos, a bandeira tarifária está na cor vermelha desde janeiro e não há previsão para alteração.
A crise do setor, a falta de chuvas, o baixo nível dos reservatórios e o intenso uso de térmicas faz com que a cobrança permaneça no teto, a R$ 5,50 por 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos.
Para que haja pequena redução no preço, será necessária mudança na cor da bandeira, que está atrelada a outros fatores como a estabilização dos preços no setor e melhora nas previsões de chuva.
"O reflexo da crise é sempre o aumento de preço, e quem paga a conta é sempre o consumidor", afirmou o diretor da consultoria Thymos Energia, Ricardo Savoia.
"O consumidor residencial muda hábitos e reduz o consumo quando há alta. Já a indústria passa a enfrentar um problema delicado de competitividade", disse.
De acordo com o diretor da Aneel José Jurhosa, relator do processo na agência, a elevação aprovada pode ser justificada principalmente pelo aumento de gastos no último ano com a compra de energia, o maior valor firmado para fechar contratos de fornecimento elétrico e o pagamento do empréstimo para o setor que foi tomado em 2014.
A revisão da Eletropaulo foi aprovada pela diretoria da Aneel nesta terça-feira (30).
Diferentemente do reajuste tarifário –feito anualmente e que corrige a inflação, valor de encargos, custos com operação, manutenção e gastos com compra de energia–, a revisão tarifária é feita de quatro em quatro anos.
O processo substitui o reajuste anual (só no ano em questão) e corrige as tarifas de forma mais ampla, considerando o equilíbrio financeiro da empresa, a correção dos investimentos feitos no período.