Folha de S. Paulo


Petrobras quer tirar poder de diretores e fortalecer gerentes

A diretoria da Petrobras começa, na próxima sexta-feira (26), a submeter ao conselho de administração as primeiras propostas para reestruturar o alto escalão da empresa, que prevê, ao fim do processo, menos poder aos diretores e mais responsabilidade aos gerentes.

A Folha apurou que uma das sugestões será a criação de seis vice-presidências, posicionadas entre o presidente da estatal e diretores.

O desenho do primeiro escalão de executivos "não guarda relação com o atual modelo", informa um executivo a par das discussões.

Pela proposta, a diretoria executiva será mantida, mas não deverão ter as mesmas atribuições atuais –que é cuidar das áreas de exploração e produção, financeiro, abastecimento, gás, governança, corporativa e engenharia. Está sendo estudada, ainda, a redução das gerências.

Diante dos rumores na companhia nos últimos dias, a Petrobras decidiu enviar aos funcionários próprios e terceirizados um comunicado –ao qual a Folha teve acesso– informando a submissão, ao conselho de administração, das "propostas de reavaliação" dos modelos de "governança e organização".

Segundo o comunicado, na fase inicial "serão avaliadas propostas de estrutura de topo da organização, compreendendo os dois primeiros níveis gerenciais a partir da presidência".

GOVERNANÇA

Diz ainda que o projeto "inclui ajustes no porte da estrutura, visando adequá-lo aos processos decisórios e de governança, necessários ao enfrentamento dos desafios que se apresentam à companhia".

As primeiras sugestões foram resultado de um estudo que levou seis semanas, e incluiu entrevistas e pesquisas junto a gerentes, com o intuito de fazer o diagnóstico da atual estrutura de gestão e decisão.

A expectativa, na diretoria, é que, uma vez aprovadas, as primeiras mudanças sejam implementadas ao longo de seis meses.

MUITO PODER

No início deste mês, a Petrobras já havia informado que submeteria aos acionistas proposta para alterar o estatuto que pretende limitar o poder de decisão na mão dos diretores e impedir que o presidente assine sozinho atos da companhia, além de outras inovações.

A avaliação dos atuais gestores, na diretoria e no conselho da Petrobras, é que há concentração de poder em poucos diretores e que, nos cargos de gerência, há "muito poder e pouca responsabilidade" entre eles.

Está em avaliação, ainda, a ampliação do número de executivos estatutários –funcionários da alta gestão que respondem com patrimônio próprio, em caso de irregularidade.


Endereço da página: