Folha de S. Paulo


Sobe procura por crédito estudantil privado

Mais popular alternativa de crédito à educação superior, o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) sofreu restrições orçamentárias neste ano em meio à crise fiscal do governo.

Além de as regras para a solicitação terem ficado mais rígidas, o prazo para requerer novos pedidos de financiamento acabou em 30 de abril -com exceção de renovações.

Na semana passada, no entanto, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que haverá neste ano nova chamada de inscrições para o programa. Os juros, hoje de 3,4% anuais, devem subir.

"O Fies é de extrema importância. Dos 6,5 milhões de estudantes matriculados no país, 2,1 milhões têm contratos com o Fies", diz Amábile Pacios, presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares).

Editoria de Arte/Folhapress

O número de vagas disponíveis será menor que as 252 mil ofertadas no primeiro semestre. O MEC e o setor privado trabalham com um teto de até 150 mil vagas.

Diante do acesso mais
restrito ao crédito, as faculdades buscam alternativas no setor privado para garantir que os estudantes consigam pagar suas mensalidades.

"Algumas faculdades estão retomando programas antigos, que ficaram parados porque havia crédito do Fies", afirma Pacios.

Entre as alternativas está o Pravaler, programa que financia até 100% da mensalidade, com contratos semestrais. A taxa de juros depende de acordo entre o programa e a faculdade. Há casos em que a universidade subsidia as taxas e os alunos não pagam nada de juros. A taxa, no entanto, pode chegar a 2,19% ao mês.

"Hoje, algumas instituições subsidiam os juros. O aluno tem o dobro do tempo para pagar, com taxa zero", afirma o diretor de marketing da Ideal Invest, companhia gestora do Pravaler, Rafael Baddini.

Outra instituição que oferece crédito educativo é a Fundaplub. Nessa opção, não há incidência de juros remuneratórios. A entidade opera com uma taxa administrativa de 0,35% ao mês, não capitalizada -4,2% ao ano. O programa financia 50% de crédito universitário e o estudante paga os outros 50% durante o curso.

EM ALTA

Com menos recursos oficiais, as entidades privadas contabilizam crescimento expressivo neste ano. A Fundaplub, por exemplo, teve aumento de 300% na procura por informações referentes
a crédito educativo nos primeiros meses deste ano na comparação com 2013. A entidade já administrou cerca de R$ 2 bilhões de recursos e atendeu aproximadamente 70 mil alunos.

"Cada instituição tem critérios próprios para a seleção de seus candidatos, e o número de créditos a ser concedido é variável de acordo com o número de vagas destinado ao programa de crédito educativo. O sistema vem se mostrando uma alternativa a alunos que não podem pagar o valor integral das mensalidades", afirma Nivio Júnior Delgado, diretor-adjunto da Fundaplub.

Desde o início do programa, em 2006, mais de 50 mil alunos já utilizaram o Pravaler, somando mais de R$ 1 bilhão em financiamento. Entre abril e maio deste ano, o programa cresceu sete vezes em relação ao mesmo período do ano passado.


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