Folha de S. Paulo


Em Curitiba, bancários fecham sedes do HSBC em protesto

Em protesto contra eventuais demissões com a venda do HSBC, anunciada nesta terça-feira (9), funcionários do banco britânico fecharam as sedes administrativas da empresa em Curitiba, sede nacional da instituição.

Faixas foram estendidas em frente aos quatro escritórios, onde trabalham cerca de 8 mil pessoas. "Qualquer que seja a solução dada, a sede não pode ser mudada", e "Responsabilidade social não se faz com demissão", afirmam os bancários.

Um terceiro cartaz ironiza o slogan do banco: "HSBC, no Brasil e no mundo, enganando você".

O Sindicato dos Bancários de Curitiba teme que a venda do banco encerre as atividades administrativas na cidade, e quer que o impacto das demissões de 8.000 pessoas seja o menor possível.

"Estão todos muito apreensivos. O banco não comunica o que vai realmente fazer", diz a sindicalista Cristiane Zacarias, coordenadora nacional dos empregados do HSBC na Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).

"O que a gente pede é muito pouco. Um PDV [Plano de Demissão Voluntária], um planejamento. Queremos minimizar o reflexo das demissões em Curitiba, porque nos parece que não haverá outro caminho."

O sindicato defende que o HSBC seja comprado por um banco estrangeiro, a fim de preservar a sede administrativa em Curitiba, poupando empregos na cidade.

Para Zacarias, o banco precisa ser mais transparente em relação às tratativas de venda, e não pode "dar as costas àqueles que garantiram e se esforçaram para que ele tivesse lucro".

ARRECADAÇÃO

Além do sindicato, a Prefeitura de Curitiba também se mobiliza pela permanência das operações do HSBC na cidade.

O banco representa hoje uma receita de R$ 84 milhões anuais em ISS.

Para tentar minimizar o impacto sobre a arrecadação municipal, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) mantém conversas com o Banco Central e com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que monitoram as negociações de venda do HSBC.

A ideia é fazer um apelo para preservar os empregos e manter as operações centralizadas na cidade.


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