Folha de S. Paulo


Fotógrafo da Folha é agredido por PM e impedido de registrar B.O.

O repórter fotográfico da Folha Danilo Verpa, 31, foi agredido por um policial com um golpe de cassetete enquanto cobria a manifestação de funcionários e estudantes da USP como parte do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações. Ele foi impedido de registrar o Boletim de Ocorrência pela manhã e teve que voltar a procurar a polícia à tarde para registrá-lo.

Um vídeo feito no mesmo protesto mostra uma manifestante caindo ao chão após levar um soco na cara desferido por um policial militar.

Organizados por centrais sindicais, os protestos se posicionam contra a lei da terceirização, a retirada de direitos trabalhistas e sociais e o ajuste fiscal dos governos.

A agressão ocorreu por volta das 8h40, logo após Verpa fotografar a prisão de um manifestante por dois policiais no cruzamento entre a rua Alvarenga e a rodovia Raposo Tavares, que chegou a ser fechada no protesto.

Indo em direção à calçada, Verpa atravessou um grupo de sete policiais militares que o apressaram dizendo "sai, sai, sai", no que ele respondeu que era da imprensa.

Nesse momento, um deles deu uma cacetada em sua panturrilha por trás. Quando Verpa se virou, o policial gritou "sai, imprensa filha da puta". O policial não usava identificação.

O fotógrafo tentou registrar o boletim de ocorrência no 34º distrito policial (Vila Sônia), mas o escrivão afirmou que isso não podia ser feito sem o nome do policial apontado como responsável pela agressão.

A negativa foi mantida mesmo após Verpa argumentar que o policial não usava identificação e oferecer ao escrivão fotos do policial.

À tarde, o repórter conseguiu registrar o B.O. no 77º DP (Santa Cecília).

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que a ação da Polícia Militar foi para que as manifestações tivessem o menor impacto possível "na rotina do cidadão". Afirmou ainda que "foram utilizados os meios necessários para que vias não fossem fechadas pelos manifestantes".

Sobre a agressão ao repórter fotográfico da Folha, a SSP informou que "as informações serão apuradas pelas corregedorias das polícias e, caso sejam constatadas irregularidades, serão adotadas as medidas cabíveis".


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